Com esses temas, realizou-se em junho, em Milão, o Encontro Mundial das Famílias, presidido pelo Papa. A Igreja Católica no Brasil serve-se deles para comemorar, a Semana da Família. Para a fé cristã, a família é geradora de uma sociedade justa e fraterna, é a primeira escola dos afetos, o berço da vida humana, o santuário da vida, a célula básica da sociedade.
Na lógica da fé, a família vive do equilíbrio entre o trabalho e a festa, entre a dimensão produtiva e a dimensão gratuita da vida. O trabalho serve para a estabilidade e a segurança econômica e social das pessoas e suas famílias. Mas, numa sociedade marcada pelo consumismo, o mercado de trabalho obriga as pessoas, sobretudo jovens e mulheres, a situação de incerteza e precariedade.
Os ritos do trabalho, estabelecidos pela economia capitalista limitam e quase anulam os espaços da vida comum na família. Carecemos de políticas públicas que coloquem o ser humano no centro das questões do trabalho.
Ao santificar o domingo, o cristianismo prevê que o ser humano necessita de tempos de descanso e lazer. As festividades, no âmbito da família e da comunidade, favorecem o encontro com Deus, a convivência interpessoal, a contemplação e o cuidado da natureza, a disponibilidade para a caridade, a criação de obras culturais.
O respeito pelo domingo foi um dos fatores criadores da civilização ocidental. Além do culto a Deus, há o cultivo da convivência da família, do apreço à natureza e da dignidade do próprio corpo, no sentido de não se deixar escravizar pelo deus dinheiro, sempre de plantão, à espreita de sugar o suor e o sangue do trabalhador.
Referência:
FELLER, Vitor Galdino. Família, trabalho, festa. Diário Catarinense. Florianópolis, 12 de agosto de 2012.
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