No mês de outubro, é forte a campanha contra o câncer de mama e o município de Anita Garibaldi atualmente conta com um médico ginecologista, especialista na saúde da mulher. Nesta entrevista Dr. Nelson fala um pouco de sua vida e da campanha que já se tornou mundialmente conhecida, que é o “Outubro Rosa”.
Correio dos Lagos: Há quanto tempo está trabalhando em Anita Garibaldi e o que o trouxe ao município?
Dr. Nelson Luiz Lima Machado: Estou trabalhando em Anita desde o início de setembro. Naqueles dias estava me transferindo de Monte Carlo (SC) com o interesse em trabalhar em uma cidade na Serra Catarinense, e aqui fui muito bem recebido pela Secretaria de Saúde.
Correio dos Lagos: Já trabalhou em municípios pequenos? O que está achando de Anita Garibaldi?
Dr. Nelson: Ultimamente tenho trabalhado em municípios pequenos e este, achei interessante por aparentar ser uma cidade maior do que realmente é, com bom comércio, bancos, supermercados, clima, etc. Mas, o que mais me chamou a atenção foi a receptividade, a hospitalidade deste povo. Parabéns.
Correio dos Lagos: A medicina é fascinante e existem muitas áreas que a envolve. O que o levou a escolher a ginecologia e há quanto tempo atua nessa área?
Dr. Nelson: Sou formado em medicina desde 1973 e no início segui carreira em Hematologia. Fui até professor da faculdade, mas descobri que minha vocação é mais cirúrgica do que simplesmente clínica. Fiz minha residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (GO) em 1979-1982 no Hospital e Maternidade Santa Brígida, em Curitiba, no Paraná.
Correio dos Lagos: Sua especialização é cuidar da saúde da mulher. Como o senhor avalia essa questão nas mulheres anitenses?
Dr. Nelson: A Ginecologia e Obstetrícia é uma especialidade médica que se encaixa em qualquer cidade, grande ou pequena, e em Anita Garibaldi vamos complementar a assistência médica.
Correio dos Lagos: O mês de outubro é dedicado à saúde da mama. O senhor apoia essa mobilização?
Dr. Nelson: Apoio qualquer mobilização para medicina preventiva, e o mês de outubro é o escolhido para a conscientização do câncer de mama. É o Outubro Rosa.
Correio dos Lagos: Com a a criação do Outubro Rosa, o senhor acredita que as mulheres têm mais conhecimento sobre o câncer de mama?
Dr. Nelson: Qualquer esforço que se faça, e principalmente pela mídia, acarretará em esclarecimentos e informações que resultarão em ações nítidas para a prevenção do câncer de mama.
Correio dos Lagos: Quais os tipos de câncer que mais afetam as mulheres nos dias de hoje?
Dr. Nelson: O primeiro tipo de câncer, campeão das incidências, é o câncer de pele, e em segundo plano o de mama. Depois vem o câncer de colo do útero.
Correio dos Lagos: De onde se origina o câncer e o que fazer para se proteger?
Dr. Nelson: O câncer surge de uma desordem na estrutura celular dos tecidos humanos. Pode ter caráter hereditário, traumático, de higiene precária, entre outros. O melhor que se pode fazer é realizar um diagnóstico precoce e assim obteremos melhores resultados, prognósticos de sobrevida.
Correio dos Lagos: Quais são as dúvidas mais frequentes das mulheres que procuram o seu atendimento?
Dr. Nelson: Normalmente as mulheres comparecem ao consultório quando percebem algum “caroço” ou “bola”, vêm com muito medo e angustiadas. Em diversas ocasiões vêm com o resultado de uma mamografia alterada, ou o mesmo, com uma ultrassonografia de mamas.
Correio dos Lagos: Deixe alguma mensagem para as mulheres que estão lendo esta entrevista.
Dr. Nelson: Como no caso do câncer de mama o importante é tratamento o mais cedo possível, sugiro então, primeiramente, utilizar o hábito de um autoexame de mamas, o qual é muito fácil de fazer. É possível realizar debaixo do chuveiro, por exemplo, quando ensaboada para possibilitar que as mãos deslizem melhor sobre a superfície mamária, observando-a frequentemente.
É importante salientar que a faixa etária de risco para o câncer de mama é dos 45 aos 65 anos de idade. Na prática não é possível fazer uma mamografia para todas as mulheres e aconselhamos primeiramente fazer exames clínicos em consultório ginecológico.
No Paraná, é realizado mamografia nas pacientes assintomáticas quando tem sido calculado os riscos que ela teria para suspeitar de câncer de mama. Isto foi possível pela implantação do índice de Gail, utilizado pelos ginecologistas. Só pedimos a mamografia após passar pelos exames clínicos, índice de Gail acima de 3,2 ou se a paciente tem algum sinal ou sintoma suspeito de câncer de mama.
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