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FIESC quer debater aumento da energia
Em Joinville, presidente da entidade afirmou que, se aplicado de uma vez, índice solicitado pela Celesc terá forte impacto na indústria
Uma elevação da ordem de 20% no valor das tarifas de energia, conforme solicitado pela Celesc à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), teria forte impacto na produção industrial e atrapalharia a recuperação do crescimento industrial catarinense. A posição da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) foi defendida nesta segunda-feira à noite pelo presidente da entidade, Glauco José Côrte, durante reunião na Associação Empresarial de Joinville (ACIJ). A preocupação da entidade já foi manifestada em ofícios encaminhados na semana passada ao presidente da Celesc, Cleverson Siewert, e ao diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
"A indústria não tem conseguido passar para os seus preços todo o aumento de custo que tem em termos de pessoal, de insumos, de tributos e de custo de capital. A margem fica cada vez menor. Por isso vamos defender a tese de que não é possível ter um impacto dessa natureza de uma vez só", disse Côrte, acrescentando que a entidade já solicitou informações técnicas sobre as bases para o aumento. "Nós já temos a questão do gás, que também é caro e tem impacto no setor industrial, e agora o custo da energia. Se não houver cuidado, pode haver redução no consumo em decorrência da queda na produção industrial", completou, referindo-se aos efeitos na economia.
Levantamento realizado pela FIESC mostra que o custo da energia elétrica em Santa Catarina está acima da média brasileira. "Mais do que isso, estamos acima da média de 27 países, como é o caso do Chile, México, Portuga, Japão, Alemanha, EUA. Estamos abaixo apenas de países como República Tcheca, Turquia e Itália", informou Côrte. Contudo, a FIESC é contra a interferência política na definição da tarifa, já que a distribuidora é uma empresa de mercado, inclusive com acionistas privados. Para a entidade é necessário promover uma discussão técnica a respeito do assunto.
Cenário - Durante sua apresentação na ACIJ, Côrte, lembrou-se dos desafios postos ao setor industrial, que tem perspectivas de um segundo semestre de baixo crescimento, com menor avanço do emprego, das exportações e pequeno aumento da demanda. Apesar disso, destacou que há previsão de aumento dos investimentos industriais no Estado. Pesquisa recente divulgada pela FIESC prevê que o setor deve encerrar o ano com investimento de R$ 2,48 bilhões, valor 27% maior do que o registrado em 2013. Também há expectativa de aumento das exportações de carne suína para Rússia e dos embarques de frango para a China, além da recuperação dos Estados Unidos, ainda que lenta. O país é o segundo principal parceiro comercial de Santa Catarina.
Em sua apresentação, o presidente da FIESC também falou das principais ações da entidade para a indústria, como Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC), o Movimento A Indústria pela Educação, que já tem 1.816 adesões, e a instalação do Instituto de Tecnologia em Segurança e Saúde no Trabalho em Santa Catarina. A Federação também lançou na sexta-feira (25) a Rede SENAI de Inovação e Tecnologia, que congregará os dez institutos a serem instalados no Estado.
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