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Grito da Terra: Agricultores não querem voltar às cidades sem resposta
Centenas de filiados à Fetaesc caminham pelas ruas da Capital em busca de condições dignas de vida e de trabalho
“Queremos sair daqui com soluções e poder falar aos nossos trabalhadores que vale apena ser agricultor. Esperamos voltar para o campo e dizer ao agricultor que ele vai poder contar com energia elétrica, com ficha para atendimento no SUS, e que vai poder ensinar seus filhos a trabalharem na agricultura, junto com a família”, declarou o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, na abertura do Grito da Terra Brasil 2014, que acontece nesta terça-feira (20), na Capital. O ato ocorre simultaneamente em Brasília, em Florianópolis, e em diversas capitas.
Com a mobilização, os representantes da Fetaesc esperam obter um posicionamento do governo do Estado. Um documento elaborado pela entidade foi entregue ao governador, e dentre as principais necessidades, estão a educação, segurança e melhorias na distribuição de energia.
Para Mafalda Bianchini, de 55 anos, que trabalha na agricultura da cidade de Turvo, a principal reivindicação é em relação ao Código Ambiental do Agricultor. Para ela, “o trabalhador deve poder fazer a reserva de terra através de contrato”. Mafalda também reivindica a proibição do trabalho familiar. Em sua opinião, repassar o conhecimento aos filhos, por volta dos 15 anos, é uma forma de ensiná-los uma profissão para toda a vida. “Ensinar o trabalho de agricultor aos nossos filhos é garantir que eles não fiquem no ócio ou sem rumo”, afirma.
João Furlani, de 64 anos e Silvestre de Matte, de 72, trabalham na agricultura de Jaraguá do Sul, e afirmam que um dos maiores problemas da vida no campo é a precariedade na saúde. “Hoje, para conseguirmos atendimento pelo SUS precisamos sair à meia noite de casa para pegar ficha. Além disso, não há médicos. Os médicos fazem apenas cinco atendimentos por dia. Fica muito difícil contar com a saúde de nosso município dessa forma”, enfatizou Silvestre.
Ainda durante o evento, o vice-presidente da Fetaesc, Luiz Sartori, ressaltou que “é uma pena que tenhamos de sair dos nossos municípios para cobrar nossos governantes. Bom seria se estivéssemos aqui para agradecer. Espero que este dia não seja perda de tempo, e sim, solução para muitos problemas, e para que possamos permanecer no campo com uma vida digna”.
Ao final, o presidente José Walter deixou claro: “não vamos sair daqui de mãos vazias. Somos responsáveis por 70% dos alimentos que estão na mesa do consumidor todos os dias e merecemos respeito. Vamos levar daqui o que o agricultor espera”.
Veja as principais reivindicações do documento
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