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Homens que foram para a guerra

As homenagens prestadas pelo poder executivo e legislativo do município de Esmeralda renderam boas histórias de três pessoas ilustres da comunidade.

 Antônio Delfes Teixeira e Cirino Francisco da Silva, sentiram o cheiro da pólvora e as imagens de uma guerra estão na lembrança de ambos. Eles serviram o exército brasileiro e foram convocados para a 2º Guerra Mundial na Itália, com a missão retirar os alemães daquelas terras, permanecendo lá por oito meses até o retorno ao Brasil.

Parte dessa história foi contada na noite de sexta-feira (6), durante a solenidade realizada na Câmara de Vereadores do município de Esmeralda. Eles eram moradores da região de Esmeralda e Pinhal da Serra na época, e continuam vivendo por estes rincões.
O terceiro homenageado, Alcides Luiz Boschi, chegou em Esmeralda com onze anos de idade e nunca mais deixou o município e esses setenta anos vividos na terra de José Mendes renderam boas histórias e convivência com a comunidade, por isso recebeu o reconhecimento da prefeitura municipal, através da Liga de Defesa Nacional.
Os dois combatentes da guerra foram lembrados através do projeto apresentado pelo presidente do legislativo, Darci Borges Subtil. Durante a sessão solene, com a presença de familiares, amigos e demais membros da comunidade todos se emocionaram ao lembrarem do passado.
 
 
Antônio Delfes Teixeira  
 
Atualmente reside em Vacaria, mas nasceu no ano de 1921 na Serra dos Gregórios, interior do município de Pinhal da Serra, que na época nem era fundado. Com dezessete anos alistou-se no exército para cumprir as obrigações militares, servindo na cavalaria do 2º RCI do exército de São Borja. Nesse período aprendeu a ler, escrever e cozinhar (já que era o serviço mais fácil de se executar no exército, brincam). Em 1945 foi convocado para a guerra, quando cerca de sete mil homens embarcaram em navios com destino a Itália. A bordo, receberam vacinas, livros para estudar a língua e objetos de sobrevivência. A viagem durou quinze dias e quinze noites em alto mar. Foram oito meses longe de tudo e de todos, até que a guerra chegou ao fim e o retorno ao Brasil foi anunciado em 8 de setembro de 1945. Casou-se em 1947 com Alice Delfes Varela e da união nasceram 15 filhos e hoje a família é grande com 4 noras, 8 genros, 33 netos, 29 bisnetos e 21 netos emprestados. No ano de 1980,  o exército reconheceu o direito a pensão para os ex-combatentes.
 
Cirino Francisco da Silva 
 
Nasceu em 29 de dezembro de 1921, no 10º distrito de Vacaria, hoje Pinhal da Serra. Aos dez anos começou a estudar em uma casa particular, concluindo até o 3º livro, como era conhecida a graduação naquela época. Em 1943, aos 21 anos, serviu o exército no quartel de São Borja, onde permaneceu por mais de um ano e após foi transferido para Porto Alegre, ficando mais oito meses, até ser convocado pela 3ª RCI para combater na 2ª Guerra Mundial na Itália. Também permaneceu lá por aproximadamente oito meses, antes do deslocamento ao Brasil, fizeram um desfile em Portugal e depois se deslocaram ao Rio de Janeiro, uma viagem de aproximadamente vinte dias. Após dois anos do retorno da guerra casou-se com Teotônia Alves da Silva, com quem teve nove filhos e neste ano completam 63 anos de casados. Eles ainda residem no município de Pinhal da Serra.
 
Alcides Luiz Boschi (Cavaco) 
 
Nasceu em 1925 em Antônio Prado e veio para Esmeralda com onze anos de idade. O apelido Cavaco, foi dado por um amigo por brincar com cavacos na marcenaria de seu pai. Serviu o batalhão rodoviário por 14 meses. Casou-se  com Dináh Borges Paganella e teve três filhos. Hoje tem cinco netos e está a espera do primeiro bisneto.
Seu primeiro veículo foi uma bicicleta, com a qual prestava serviços a comunidade. Mais tarde comprou um motociclo e, posteriormente, seu primeiro carro: um Ford 1931. O veículo servia de táxi e levou muito o médico da cidade nas consultas pelas vilas de Esmeralda e Pinhal da Serra. O carro era movido a gasogênio, pois na época não existia a gasolina.
Quando acabou a guerra a gasolina foi liberada e Cavaco comprou um Ford Mércuri, 1940. Ele trabalhou por mais de vinte anos como taxista, atuando também como carpinteiro e mecânico. Como carpinteiro ajudou o pai a construir a primeira escola estadual do município. Como mecânico trabalhou na prefeitura na primeira administração, instalada em 1964, e ali trabalhou por 36 anos até se aposentar.
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