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Janeiro Branco: Vamos falar de saúde mental?
As psicólogas da Secretaria Municipal de Saúde de Anita Garibaldi, Maria Caroline Sutil da Silva e Eliani Santos, que atuam na UBS Célio Valtair Gomes, juntamente com a estudante de Psicologia, Morgana Pereira, enfatizam nessa matéria um assunto que a cada ano vem ganhando notoriedade que é o Janeiro Branco, sendo este um movimento iniciado em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão Pires Rezende e tem grupos de voluntários por todo o Brasil que estão engajados na disseminação de informações e dados sobre a saúde mental.
"É de extrema importância falarmos, refletirmos e pensarmos sobre a saúde mental, de maneira que possamos promovê-la, através de atitudes que venham nos proporcionar mais qualidade de vida e com isso, preservá-la. Por este motivo, consideramos necessário escrever um pouquinho sobre o tema como forma de esclarecimento e divulgação de informações sobre o assunto", enfatizam as profissionais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é caracterizada por um estado de bem-estar no qual uma pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio em que vive, ao mesmo tempo em que administra suas próprias emoções, ou seja, as pessoas são capazes de lidar tanto com sentimentos positivos como: alegria, amor, coragem, como com os negativos: tristeza, ciúmes, raiva, frustrações, entre outros.
Ocorre que na maioria das vezes, as pessoas, na correria do dia a dia, acabam realizando o processo inverso de cuidado com a saúde mental, ou seja, não conseguem tirar tempo para si, para ler um bom livro, praticar exercício físico, manter uma alimentação saudável, enfim... e quando sentem que estão adoecendo, após sintomas físicos evidentes acabam procurando ajuda com um profissional da medicina para o tratamento medicamentoso.
Quando o cérebro não dá conta de tanto estímulo, apesar de sua seletividade, acaba ocorrendo um processo chamado somatização, ou seja, os sintomas decorrentes de uma fragilização no desenvolvimento dos processos mentais, resulta em sintomas físicos, causando as chamadas doenças psicossomáticas.
Neste caso, o ideal seria aprender a reconhecer em si esta dificuldade logo no início e então procurar ajuda psicológica. A psicoterapia auxilia no autoconhecimento, no entendimento do funcionamento psíquico e consequentemente reconhecimento das emoções em si, dando suporte assim, no controle comportamental, fato este que auxilia diretamente na maneira como nos relacionamos com os demais e na aquisição do que chamamos de resiliência, capacidade de enfrentamento das dificuldades e desafios que a vida nos apresenta.
Os psicólogos(as) auxiliarão no reconhecimento da gravidade da situação e, caso necessário, farão encaminhamentos para os demais profissionais, que se fizerem necessários, para que o indivíduo possa superar esta fase.
Vale ressaltar que a pandemia COVID-19 ainda está causando e vai causar prejuízos para a saúde mental da população em geral, isso porque o corpo humano foi aperfeiçoado para estar sempre pronto para decidir entre fugir ou lutar e isso frente a situação pandêmica, ficou bem evidente.
Sintomas comuns relacionados a mudança frente a ameaça ou situação de perigo:
FÍSICOS: mudança no padrão de sono, mudança nos hábitos de alimentação, alteração na capacidade de atenção e memória, abuso no consumo de álcool, cigarro, medicamentos e outras substâncias, exaustão, isolamento.
EMOCIONAIS: medo, preocupação exagerada, apatia, ansiedade, angústia, incerteza, frustração, raiva, desesperança, dificuldades de concentração, irritabilidade, inquietação, tédio, sensação de solidão, alterações no padrão de sono e alimentação.
Por fim, importante ressaltar que estes sintomas impactam diretamente em saúde mental prejudicando a qualidade de vida da população em geral e se faz necessário ficar em alerta com relação a esses sinais, para que, em tempo, seja possível procurar ajuda médica e psicológica, evitando assim, consequências mais agravadas no âmbito emocional, familiar, social e outros.
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