Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
A comunidade católica de Anita Garibaldi, vivenciou durante trinta e três dias, as Missões Capuchinhas. Sete Freis estiveram em missão e percorreram todas as 38 capelas e mais a matriz em momentos de oração, palestras, confissões e visita aos doentes. O tempo de missões busca fazer as pessoas pararem para pensar na vida, na família, na comunidade, esse pensar leva a uma atitude de perdão de perdoar a si mesmo, na família, na comunidade, nos relacionamentos, a partir do perdão vem a atitude do rezar que é necessário e aí celebrar a vida e esse é o foco principal das missões capuchinhas.
Os freis que estiveram presentes nas missões foram: frei Claudecir Fantini, frei Juan Miguel Gutierrez Mendez, frei Roque da Silva, frei Antônio Aparecido de Lima, frei Luiz Fernando Alflen, frei Maurício Solfa, frei Bruno Agostineto.
Durante a missão junto à comunidade da matriz, três freis estiveram presentes, sendo frei Roque, frei Maurício e frei Bruno, oportunidade em que a equipe do jornal, conversou com eles.
Frei Roque é natural de São Lourenço do Oeste e é frei há 23 anos, sendo sacerdote há 18 anos, e há 14 anos trabalha em missão. Foi ele que falou um pouco sobre o trabalho dos freis, a diferença de freis para os padres e um pouquinho da história da Ordem dos Freis Capuchinhos.
“É uma tradição da Ordem dos Freis Capuchinhos com a dimensão missionária e parte do Evangelho de Marcos. Foi no ano de 1945 que surgiu a ideia de os Freis saírem em missão, juntando equipe do Paraná e Santa Catarina, iniciando o trabalho no norte do Paraná. O trabalho se estendeu até a pandemia, quando tiveram que interromper, com a retomada pós pandemia nos unimos a equipe do Rio Grande do Sul e formamos o território de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Temos quatro freis fixos que trabalham a pré missão, realizam o contato com o padre e junto com eles tem o processo de colaboração com um Frei de cada província”, comenta frei Roque que destaca a recepção no município de Anita. “Em Anita tivemos uma recepção muito boa, com um bom retorno das comunidades. É gratificante pelo trabalho, oportunidade, animação. Sempre comentamos que a gente vem muitas vezes para aprender mais do que ensinar e a missão não termina, realizamos uma parte como Freis na comunidade paroquial de Anita e seguimos em frente na certeza que a comunidade continua esse trabalho de missão, nosso trabalho é sempre reanimar a comunidade e que tenhamos essa fé, sejamos pessoas de esperança para viver a caridade e o amor”, destaca.
Uma das perguntas ao Frei Roque foi sobre a diferença entre os Freis e os padres e ele explica: “A primeira diferença está nos votos que fazemos, o frei religioso faz voto de pobreza, obediência e castidade, uma pessoa de fé, esperança e caridade. O sacerdote não faz votos, faz uma promessa de ser obediente ao bispo, uma promessa de viver a castidade e não tem voto de pobreza e a outra diferença que o Frei que não for ordenado sacerdote, não pode rezar a missa. Frei é uma vocação e no nosso caso assumimos duas vocações de Frei e de Padre, o estudo é o mesmo dos Freis e Padres. São aproximadamente 11 anos de estudos, quando recebemos o hábito marrom que nos designam Freis”, comentou frei Roque.
Frei Mauricio é natural de Rondon no Paraná, é frei há 17 anos e sacerdote há 14 anos.
Chegou em Anita na última semana para auxiliar os trabalhos na matriz. “Me senti muito bem, povo acolhedor, os freis muito bons para conviver, os padres também nos deram muita assistência para de fato fazer o trabalho acontecer. Vim para trabalhar com a juventude, já trabalhei no Centro Vocacional dos Freis Capuchinhos com os jovens e vim com esse objetivo. Anunciar Jesus aos jovens e despertar outros caminhos, pois a missão sempre atrai aqueles que estão um pouco afastados. De fato, trabalhar com os jovens é um desafio, mas precisamos pregar o evangelho e sempre alguns frutos acontecem, muitas vezes desperta nos jovens a vocação em ser Freis Capuchinhos. Agradeço os freis da equipe pela acolhida pois não pertenço a equipe, sendo esta a primeira vez e nos demos muito bem, foi uma semana muito abençoada, uma experiência de fraternidade e agradeço a acolhida dos dois padres e também a comunidade”, finalizou frei Maurício.
Frei Bruno é o mais jovem entre eles, é natural de Santo Expedito do Sul, mas reside em Vacaria/RS, é frei capuchinho desde 2011 em 2018 fez os votos definitivos e 2020 foi ordenado padre. Participou durante uma semana nas atividades realizadas na matriz, porém não faz parte da equipe missionária, é colaborador. “Durante o ano participo das missões para ir conhecendo o trabalho e quem sabe um dia me torne missionário. Vim principalmente para trabalhar com a juventude, no serviço de animação vocacional, acompanho os jovens que manifestam o desejo de ser acompanhado pelos freis, faço encontro com catequizandos e trabalho em escolas. Foi uma experiência bacana, uma semana intensa de atividades na visitação aos doentes, nas celebrações, confissões. Uma experiência marcante. Esperamos que os jovens acolham o convite e quem sabe esse é o início de uma caminhada na vida da comunidade e se perceberem que eles são o presente, que devemos escutá-los, as suas alegrias e angústias e fazer a caminhada em conjunto”.
Frei Bruno deixa uma mensagem para os jovens. “Uma mensagem para os jovens que estão em tempo de busca, de pensar e refletir sobre seus sonhos. Este é um tempo oportuno de se colocar na presença de Deus e se perguntar: “Senhor o que queres que eu faça, Senhor o que queres de mim? ”. São Francisco era um jovem que tinha muitos sonhos e se colocou diante de Deus, tinha sonho de ser cavalheiro e depois nos caminhos da vida o levou a se encantar por um outro jeito de seguir a sua história, a sua missão, a doar a sua vida pelo reino de Deus, principalmente pelos mais pobres e levantar a bandeira da paz e assim foi dando o seu testemunho e conseguiu ser realizado a sua vocação”.
O pároco da Paróquia Santa Bárbara Padre Vanildo destacou sobre o trabalho dos freis realizado nas comunidades, enaltecendo que era um trabalho necessário na paróquia. “Os Freis passaram em todas as capelas e na matriz e levaram a boa nova, através de várias palestras e também descobrimos que temos muitas carências nas capelas e na matriz. Temos muitas coisas bonitas acontecendo mas precisamos melhorar, investir em formação para os conselhos, pastorais e agora é hora de colocar a mão na massa. Teremos muito mais trabalho e isso é bom, é necessário evoluir. Foi uma benção, pois precisamos em termos de comunidade evoluir espiritualmente. As pessoas estão felizes com as missões e quero agradecer a todas as comunidades pelo acolhimento, pelo trabalho realizado e a comunidade estar presente. Eles descobriram que muitas pessoas recordavam nomes e fotos dos freis que passaram pela capela na última missão realizada há mais de trinta anos. Só temos a agradecer”, finalizou Padre Vanildo.
As missões aconteceram de 18 de abril a 21 de maio de 2023. O encerramento ocorreu no domingo (21), com uma celebração na Igreja Matriz reunindo toda a comunidade e capelas da paróquia Santa Bárbara.
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