Na semana passada, foi anunciado um aumento no preço da gasolina, o qual há mais de quatro anos não era reajustado.
O assunto teve grande repercussão e não foi esquecido pela imprensa durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, onde o ministro da fazenda, Guido Mantega, esclareceu que o aumento no valor da gasolina chegou a 6,6%, porém os postos repassarão um aumento de aproximadamente 4%, já que a mistura de combustíveis acaba diminuindo um pouco mais o preço final da gasolina que chega até o consumidor. “Isso é menos do que a inflação. Uma pequena correção no valor que não vai atrapalhar a ninguém”, disse Mantega.
Perante o anúncio do acréscimo no valor do combustível, murmúrios negativos começaram entre membros da bancada da oposição. Em nota, o DEM critica o reajuste dos combustíveis, chegando a dizer que a decisão tem o poder de anular toda a ênfase dada pelo governo fronte a queda na tarifa de energia anunciada em cadeia nacional. "Uma ação acabou por anular a outra. Espera-se, portanto, a manifestação da presidente Dilma Rousseff, semelhante à adotada quando do anúncio das novas tarifas, para que as medidas claramente contraditórias se tornem compreensíveis", diz o texto assinado pelo senador José Agripino (RN), presidente do DEM.
A teia tecida pela economia acaba atingindo a todos os consumidores de um modo ou de outro. Mesmo quem não tem carro vai sentir o aumento da gasolina pesar no bolso. Nos supermercados, alguns produtos já tiveram o preço alterado para compensar gastos com o transporte feito pelas empresas revendedoras. “Todo aumento reflete no preço final dos produtos, por isso novos valores precisam ser repassados para o consumidor”, diz Cleverson Ricardo Dias, sócio-proprietário de um supermercado em Anita Garibaldi, “não aumentamos o preço das entregas nas casas para não perdermos clientes, só remarcamos as mercadorias porque elas já vêm com aumento do fornecedor”, afirma ele, dizendo ainda que o acréscimo na gasolina parece oportuno ao governo agora que a taxa da energia elétrica baixou.
Sobre as novas tarifas elétricas, a Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina – declarou que, para março, há a previsão de redução de uma média de 16,2% para consumidores residenciais, sendo que a redução para a indústria pode chegar a até 28%, assim os clientes da Celesc serão beneficiados nos mesmos parâmetros dos demais consumidores em todo o País.
“Desconto na Luz. Aumento na Gasolina” é o enunciado debochado que acompanhou a imagem da presidente com o rosto contorcido em um sorriso sarcástico. Provavelmente a mesma foi elaborada por alguém que não simpatiza com o governo Dilma, mas, com certeza, mexeu com todos que perceberam um tom de discrepância entre as medidas tomadas pelo governo de aumentar o preço da gasolina enquanto diminui o da luz.
A imagem do governo foi atingida negativamente graças ao estardalhaço em torno de uma notícia que a princípio era boa, mas que foi ofuscada perante o aumento do combustível, implicando em uma contradição difícil de ser explicada e que não foi levada em conta pelo governo.
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