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Santa Catarina sedia evento nacional sobre desaparecidos
Presidente da Adjori, Miguel Gobbi, e o major Marcus Claudino, do SOS Desaparecidos, fecham parceria
O filho que foi visto pela última vez saindo da escola, no final da aula. O avô que foi visitar um amigo e não chegou ao destino, nem retornou mais para casa. A mãe que saiu para mais um dia de trabalho e não voltou. As histórias são diferentes e o mistério que envolve pessoas que desapareceram pode ter as mais variadas explicações. Mas todos os casos reservam um ponto em comum: por trás de um desaparecido há sempre uma família aflita, em busca de respostas.
Só em Santa Catarina, são registrados 3 mil casos de desaparecimento de pessoas ao ano (a média é dos últimos sete anos). Para se ter uma ideia, 42,6% dos casos são de crianças ou adolescentes. No Brasil, o número sobe para 200 mil, neste mesmo período, sedo 40 mil deles com menos de 18 anos.
Graças a programas como o SOS Desaparecidos, da Polícia Militar, o Estado, hoje, é referência na busca por desaparecidos e será sede do 1º Encontro Nacional de Pessoas Desaparecidas, nos dias 7 e 8 de Maio. O evento será em Florianópolis.
“Estimamos que 80% dos casos sejam resolvidos por si só, já que não envolvem crimes, necessariamente. Ainda assim, a localização é essencial. Sempre que uma pessoa desaparece, uma família inteira se desestrutura. Não saber se a pessoa que sumiu está viva ou morta, bem ou sofrendo, em que condições, é angustiante”, explica o coordenador do programa SOS Desaparecidos da Polícia Militar, major Marcus Roberto Claudino, que também é autor do livro “Mortos Sem Sepultura”, que fala sobre o mesmo assunto.
Os 20% restantes são o foco principal desta rede, a SOS Desaparecidos, criada no dia 24 de outubro de 2012. São pessoas que não foram mais encontradas e podem ter sido sequestradas, estar sendo usadas no trabalho escravo (dentro ou fora do país), mantidas em cárcere privado ou até mesmo ter sido vítimas de algum outro crime, como assassinato.
“Nestes casos, há indício de crime. E é aí que a rede entra em ação”, destaca o coordenador do SOS Desaparecidos da PM.
Internet é aliada da polícia
A Internet, especialmente as redes sociais, como o Facebook, hoje, são grandes aliados do trabalho de busca por pessoas desaparecidas. A divulgação de fotos na rede mundial de computadores tem um alcance e uma eficiência ainda maiores do que a própria polícia, como explica o coordenador do SOS Desaparecidos na PM: “Infelizmente, o sistema policial tem as suas limitações. Se uma pessoa desaparecida é levada ou atraída para outro Estado, ou até para fora do país, fica mais difícil localizá-la por vias oficiais, já que os sistemas das polícias não são integrados”.
Busca imediata é determinante para a solução dos casos
Mas muita coisa já mudou desde o lançamento do programa. Desde 2012, criou-se um protocolo de prioridades para os policiais militares de todo o Estado. De acordo com o procedimento, pessoas que desapareceram devem ser procuradas imediatamente, principalmente se forem crianças. “Aquela história de que tem que esperar 24 horas ou até 48 horas para registrar um BO não existe, principalmente em se tratando de crianças”, insiste Claudino.
Convencer os policiais que atuam na prevenção de crimes graves, nas ruas, a trabalhar na busca de desaparecidos também foi uma missão difícil para a equipe comandada pelo major Claudino. “O policial que trabalha na rua está acostumado com ação, combate ao crime, adrenalina. É preciso um trabalho constante de conscientização para convencê-lo da importância de procurar pelos desaparecidos”, esclarece o coordenador do programa.
Os primeiros momentos do desaparecimento são vitais para o sucesso da busca e pode evitar a violência contra as vítimas ou até a sua morte. Um estudo internacional comprova que crianças recuperadas em até sete dias tiveram sua busca iniciada nas primeiras 24 horas após o seu desaparecimento.
Jornais do Interior aderem à campanha
Foi pensando em ajudar nas buscas que a Associação dos Jornais do interior de Santa Catarina (Adjori/SC) aderiu à campanha da Polícia Militar de Santa Catarina. No portal www.adjorisc.com.br, agora, são publicadas fotos de pessoas desaparecidas. A intenção é fazer com que as imagens circulem em todo o Estado.
“Contamos com cerca de 190 jornais filiados. Juntas, as publicações têm uma tiragem 600 mil exemplares (cada uma circula, em média, com 3,4 mil), em praticamente todos os 295 municípios de Santa Catarina. Juntos, somamos cerca de três milhões de leitores no Estado, considerando-se a média de cinco leitores por exemplar. Temos força para ajudar nessa missão e temos todo o interesse em minimizar o sofrimento dessas famílias”, ressaltou o presidente da Adjori/SC, Miguel Gobbi.
Um familiar desapareceu. O que devo fazer?
• Ligue imediatamente para o 190, explique o que aconteceu, com o máximo de detalhes, e registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
• Quanto antes a pessoa for procurada, menos chance haverá de ela de ser levada ou atraída para fora do Estado ou até do país
Principais ações da polícia ao tomar conhecimento de uma pessoa desaparecida:
• Buscar informações sobre o desaparecimento com pessoas próximas
• Obter uma fotografia recente, para divulgá-la
• Obter uma lista de amigos e lugares freqüentados pela pessoa desaparecida
• Realizar uma pesquisa aprofundada do lugar onde a pessoa desapareceu
• Fazer uma avaliação inicial dos danos potenciais que podem acontecer à pessoa desaparecida
• Avaliar a possibilidade de trote
• Começar uma forma busca imediata
• Verificar se há ocorrências policiais envolvendo a pessoa desaparecida (agressão, ameaça etc.)
Desaparecidos na Internet
• www.adjorisc.com.br
• www.pm.sc.gov.br/desaparecidos
• www.facebook.com/sosdesaparecidospmsc
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