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Santa Catarina terá bandeiras tarifárias para cobrança de energia
Sistema será implantado a partir de 2015 pela Celesc, que também anunciou um reajuste na tarifa a partir de agosto.
A Celesc anunciou nesta tarde (29) a implantação de um sistema de bandeira tarifária em Santa Catarina a partir de 2015. O preço poderá variar conforme o consumo. Também foi anunciado um reajuste no preço da energia elétrica para a primeira quinzena de agosto deste ano. A informação foi divulgada durante a reunião da Câmara de Assuntos de Energia Elétrica da Fiesc (Federação da Indústria de Santa Catarina).
O chefe do Departamento de Regulação da Celesc, Vanio Moritz, explica que serão três classificações de bandeira tarifária: verde, amarela e vermelha. O uso de cada uma delas se dará conforme o nível de consumo de energia no Estado. Em estágio de bandeira verde, não haverá acréscimo na conta do consumidor. Caso seja utilizada bandeira amarela, será acrescido R$ 15,00 a cada megawatt/hora de consumo. Se a operadora utilizar bandeira vermelha, o acréscimo será de R$ 30,00 a cada megawatt/hora.
Moritz explica que a cobrança se deve ao fato de que, quando o consumo aumenta, existe a necessidade de acionamento de usinas térmicas, cujo custo de produção é mais elevado do que o de centrais hidrelétricas. Neste momento, diz ele, se a classificação fosse aplicada, Santa Catarina estaria em estágio de bandeira vermelha. “Com essa medida, acreditamos que, se ocorrer o acréscimo, o consumidor buscará automaticamente uma forma de minimizar o consumo para reduzir a conta do mês seguinte” destaca Moritz.
Reajustes
Também foi anunciado para o dia 7 de agosto um reajuste na tarifa de energia cobrada pela Celesc. Conforme Moritz, ainda não há como definir o valor exato do aumento, que deve permanecer entre 12% e 14%. Os motivos do reajuste, considerado moderado, estão baseados principalmente na elevação dos encargos e da própria produção de energia.
O reajuste seguinte está previsto para 2015. Desta vez, o aumento poderá alcançar a casa dos 20%. Segundo Moritiz, a elevação expressiva da tarifa se deve a existência de um custo acumulado, que tem onerado o caixa da operadora e que não tem sido coberto pela tarifa. No próximo, ano este déficit acumulado será repassado ao consumidor. Outros três reajustes anuais já estão previstos a partir de 2015.
O cenário, entretanto, poderá ser amenizado caso ocorram mais chuvas. Atualmente, o custo tem sido elevado pela necessidade de ativação de usinas termoelétricas, em razão da situação hidrológica desfavorável em Santa Catarina.
Atualmente, a Celesc tem atuado dentro da normalidade, atendendo 100% da demanda de mercado. Entretanto, no Brasil, o cenário não é o mesmo. Há o risco de crescimento da demanda, podendo ultrapassar a oferta.
Indústria
O setor industrial poderá sentir os impactos imediatos da questão energética. Para o presidente da Câmara de Assuntos Energéticos da Fiesc, Otmar Josef Müller, a Federação tem mobilizado o segmento para que esteja atento às demandas de mercado, além de alertar governos sobre a questão energética.
Müller explica que as indústrias têm se preparado, reduzindo o consumo, com a utilização de equipamentos mais eficientes. Porém, diz ele, a indústria precisa crescer, aumentando a atividade econômica. Para o dirigente, um reajuste elevado impactaria significativamente os custos, tendo em vista que para alguns setores, a energia elétrica pode representar até 40% do custo de produção.
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