A menos de cinco meses do assassinato do casal Jaime Ferreira de Morais e Terezinha Ribeiro de Morais, ambos com 54 anos de idade, outro crime chocou a comunidade de Campo Belo do Sul.
Marlene Catarina Pletsch, de 52 anos e sua mãe Serasélia Neis, de 74 anos foram mortas a tiros de revolver que atingiram a cabeça, por volta das 17h30 na casa onde moravam na localidade de Morro do Chapéu, distante cerca de 4km da sede do município. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
Marlene era esposa do ex-vereador e atual secretário da agricultura Edemar Pletsch e foi quem encontrou a esposa e a sogra mortas na área de serviço da casa.
Marlene morava com o marido, com a filha de 22 anos e com a mãe Serasélia. Um outro filho, Gil Augusto Pletsch, reside em Guiné Equatorial (país da África) onde trabalha em uma empresa de Tecnologia da Informação (TI).
A família reside em Campo Belo do Sul há mais de vinte anos. Natural da cidade gaúcha de Não-Me-Toque vieram para a terra dos grãos e dedicavam-se a agricultura antes de Edemar entrar na vida política.
População pede mais segurança e Justiça
Com medo! É assim que podemos definir os dias após a morte das mulheres campo-belenses. A população está amedrontada e clamando por justiça, uma vez que este é o segundo caso de assassinato duplo no pequeno município com aproximadamente 7.400 habitantes.
Com faixas, cartazes e frases pedindo segurança e justiça mais de 1500 pessoas foram às ruas com roupas brancas pedindo paz. A multidão percorreu pontos estratégicos como a delegacia de polícia, o fórum, a igreja e a prefeitura. A família, o marido e os dois filhos, além de irmãs e sobrinhos caminhavam à frente carregando fotos de Marlene e Serasélia.
A filha Giliane diz se sentir bem aparentemente pela mobilização e ajuda dos amigos que apóiam a causa. “Queremos a segurança para nossa cidade e esperamos que não aconteça isso com mais ninguém pois é muito ruim”, comentou a filha de Edemar. O filho Gil também caminhou ao lado do pai e da irmã.
Para o vice-prefeito Tadeu Martins o fato ocorrido é lamentável e de uma crueldade extrema. “Isso está criando um pânico principalmente na classe produtora e sociedade de Campo Belo do Sul e esse movimento é para chamar a atenção de toda a comunidade e autoridades para não se conformar com tais situações. Temos que enfrentar essa situação e fazermos com que haja justiça e acabe com essa impunidade”, enfatizou o vice-prefeito.
“O sentimento é de dor”, comentou Edemar Pletsch, marido de Marlene. Ele agradeceu a população pela mobilização e disse que a esperança é a última que morre e espera que se faça justiça e diz confiar plenamente na justiça e nas autoridades que estão cuidando do caso.
O comércio fechou as portas e a comunidade unida mostrou que juntos somam forças. Eles pedem por mais segurança, policiais nas ruas e que o crime seja solucionado e os culpados paguem pelo crime cometido.
Mulheres queridas na comunidade
Mãe e filha eram muito queridas na comunidade e não mediam esforços para agradar as pessoas que as visitavam. Gostavam do artesanato e Marlene participava de diversas entidades do município dentre elas a Associação Sociocultural das Mulheres Cavalarianas, Núcleo Feminino da Copercampos e Casa Catarina.
De acordo com o prefeito do município Padre Edilson de Souza a família é tradicional, muito conhecida e o que se espera é justiça.
Velório reuniu centenas de pessoas e a tristeza e comoção das pessoas resultou num pedido de justiça.
Após uma semana do crime investigação segue em várias linhas
De acordo com o delegado Adelino Roberto Toigo, responsável pelo caso as investigações estão avançando. Estão trabalhando e interrogando vizinhos e pessoas da comunidade que possam dar informações. “Não estamos inertes estamos trabalhando”, enfatizou o delegado.
Segundo ele estão trabalhando em várias hipóteses incluindo latrocínio, homicídio e todas as formas que podem ter ocorrido o crime. Nesta semana já ouviram seis pessoas e de acordo com ele não há ligação com outros casos de homicídios ocorrido no município no ano passado. “Estamos trabalhando em várias linhas de investigação, vamos investigar pessoas com antecedentes criminais, pessoas de outros municípios que passaram pelo município. Temos equipes trabalhando no interior, em Lages e em outros municípios. O caso pode demorar um pouco, mas vamos resolver”, comentou Toigo.
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