Intensificados os preparativos para a Cavalgada da Região dos Lagos
SEGURANÇA ALIMENTAR
Este ano colocou uma pergunta-chave, que dominará os debates sobre a política macroeconômica ao longo dos próximos meses
Este ano colocou uma pergunta-chave, que dominará os debates sobre a política macroeconômica ao longo dos próximos meses: como se comportarão os preços dos produtos alimentícios, após terem contribuído com 39% do IPCA, medido pelo IBGE, em 2010? A questão certamente não encontrará unanimidade entre os experientes analistas do mercado agropecuário, pois o ano passado foi prodigioso no sentido de "furar" as mais embasadas previsões. Um bom exemplo é a carne.
A oscilação de seus preços decorreu de duas causas: a redução da quantidade disponível para consumo nos principais produtores como Argentina, EUA e Austrália, em função do maior abate de matrizes, e o crescimento da massa salarial do brasileiro, de 34% nos últimos cinco anos, que pressionou a oferta já combalida. Como resultado, o preço testou vários patamares ao longo do ano, chegando a um aumento acumulado de quase 30%, surpreendendo a muitos.
Outros itens, como o leite e o feijão, encontram nas intempéries, como as secas prolongadas ou as chuvas em excesso, parte das explicações pela elevação dos preços. Embora se possa prever, com relativa confiabilidade, a ocorrência desses fenômenos, dificilmente acerta-se na sua intensidade. No caso do açúcar, a Índia continua o grande fator de desequilíbrio de um mercado internacional demandante.
É muito provável que, para alguns segmentos do agronegócio, as majorações gerem estímulos ao incremento da produção, com impactos positivos nos vários produtos que compõem a cesta "alimentos e bebidas". Entretanto, as intempéries, os desajustes da produção mundial e o aquecimento econômico dos países em desenvolvimento, podem contrariar a lógica.
É justamente nesse cenário de pressão de preços de alimentos, resultante da demanda esticada e da oferta curta, que é enfático o papel do Brasil como um dos mais importantes supridores. É por essa razão que parece mais lógico o governo federal olhar para o produtor brasileiro antes das safras para entender a sua realidade e atender às suas necessidades, como um seguro agrícola eficiente e um forte incremento dos investidores em pesquisa e desenvolvimento.
Tal atitude seria melhor do que constatar, nos futuros índices de preços de alimentos, que poderia ter feito algo a mais pelo setor, pelos brasileiros e pelo mundo, pois nosso país é o que tem as melhores respostas para a questão da segurança alimentar.
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