No início deste ano, diversos sites protestaram e outros foram fechados por causa do compartilhamento de conteúdo de forma descontrolada
A concorrência é grande, e em muitas situações é injusta. Imagine se você cria um produto que te sustente financeiramente, mas alguém o rouba e distribui gratuitamente. Isso não seria legal, aliás, isso é literalmente ilegal. Em uma situação dessas pode-se encaixar a pirataria na internet.
Ao mesmo tempo em que esta ferramenta alavanca a carreira de alguns artistas, pode acabar puxando o tapete do mesmo. Vários hits do momento foram lançados antes na internet do que em qualquer outro lugar, como a grudenta música Ai se eu te pego, recentemente famosa na voz de Michel Telo. Uma revelação recente no contexto musical nacional é dona de uma voz com timbre inigualável: Paula Fernandes.
Entretanto, dos dois artistas citados, podemos perceber que a cantora é a mais requisitada em muitas lojas. No site da Livraria Saraiva, o qual também vende CDs e DVDs, pode-se ver Paula entre os dez álbuns musicais mais vendidos, e nem por isso sua música é tão popularizada quanto a de Michel. A questão é que músicas com refrões curtos e repetitivos são fáceis de gravar, fáceis de baixar, mas não tão fáceis de vender.
Muitos artistas que vivem basicamente de shows não se importam muito em disponibilizar gratuitamente seus trabalhos na internet, entretanto os que querem vender seus CDs não acompanham esta linha de pensamento e embasam-se nas leis de direitos autorais para defender suas composições e seu bolso.
A fim de fechar o cerco contra a pirataria desmedida na internet, o governo estadunidense criou duas novas leis, a Stop Online Piracy Act (pare com a pirataria on-line, em tradução livre), conhecido como Sopa, e a “Protect IP Act” (ato para proteção da propriedade intelectual), chamado de Pipa. De acordo com SOPA, qualquer site pode ser fechado apenas por ter conexão com outro suspeito de pirataria a pedido do governo dos EUA ou dos geradores de conteúdo, fato que colocou até os dois dos mais acessados sites do mundo em uma saia justa, o Google e o Facebook, além de ter frustrado milhões de pessoas com o fechamento do site de compartilhamento Megaupload.
Falar de internet é falar de um mundo sem limites, onde a comunicação pode acontecer praticamente em tempo real e as fronteiras geográficas não existem, por isso, uma lei como esta americana tem interferido na vida de todas as pessoas no mundo. Fiscalizar o conteúdo disponível na internet é um outro problema, afinal são milhões de sites para policiar, sem contar que todos os conteúdos, sem exceção, possuem um dono, desde de músicas, vídeos, programas e fotos, até o conteúdo escrito que te guiou até download. Garantir os direitos autorais na internet, tornaria a web a mais nova tecnologia afogada em burocracia. Este é realmente um dilema: compartilhar ou não compartilhar? Eis a questão.
Como você vê a proibição do compartilhamento de conteúdo protegido por direitos autorais na internet?
Buscando a opinião da população da região, observa-se que os argumentos, entretanto a maioria das respostas vão contra este tipo de atitude.
Márcia Regina Mattos – Empresária
“Eu sou a favor da distribuição de músicas na internet gratuitamente, mas desde que para o uso próprio, não para comercializar. Afinal, a partir do momento que investimos numa tecnologia que nos possibilita ter esse acesso temos o direito de baixar o que quisermos. Vejo que há coisas mais importantes para a lei se preocupar. Considero isso irrisório.”
Vera Matos – Empresária
“Se o preço dos CDs fosse mais acessível seriam menos pessoas baixando esses conteúdos, mas os preços são muito altos por isso todos baixam e guardam em seus pen drives para ouvir onde quiser. Com certeza com a facilidade de baixar músicas até a venda de CDs piratas deve ter baixado, por isso fica claro que o custo é o que faz com que as pessoas peguem músicas na internet.”
Cristyan Felipe Sobiecziack – Arte finalista
“Não sou a favor dessa lei porque é muito mais fácil baixar. Tem de tudo na internet, para ver um filme, por exemplo, eu baixo e vejo em casa. Além disso, tem outros conteúdos que a gente pode usar até para trabalhar, como os programas e imagens, e não tem como controlar a distribuição na internet.”
Suzana Ambrosio – Empresária e bacharel em direto
“Não é legal a distribuição desmedida de músicas na internet, por exemplo, afinal é o trabalho de alguém que está sendo desvalorizado. Os donos dos sites deveriam pagar pelos diretos dos artistas para distribuição destes conteúdos, já que o controle na internet é bem difícil.”
Sabrina de Lima Scheuermann – Balconista
“Acho que uma lei assim não é necessária, porque CDs e DVDs são muito caros e há pessoas que não tem muito poder aquisitivo para comprar estes produtos, por isso é muito mais fácil baixar da internet, garantindo que mais pessoas tenham acesso a esses tipos de cultura.”
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