O prazo para a implantação do equipamento nas autoescolas brasileiras termina em março de 2014, mas há diferentes opiniões sobre a utilização do aparelho.
Dirigir não é tarefa fácil e exige além da técnica muita atenção e capacidade de reação. Afinal, em algumas situações são segundos que decidem o destino de uma vida.
Pensando no aprimoramento da prática no momento de capacitar motoristas, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu pelo uso obrigatório do Simulador de Direção Veicular nos Centros de Formação de Condutores – CFC, do Brasil. O objetivo é ajudar na formação de motoristas com mais segurança e visão dos acontecimentos do dia a dia no trânsito. Os simuladores tornaram-se item obrigatório nas autoescolas, e o prazo para a implantação no país já passou por prorrogações, porém agora deve ser aplicado até 17 de março de 2014.
Para a implantação do equipamento nas autoescolas, foi necessária alterações na Resolução Contran nº 168/2004, que institui as normas e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, e na Resolução Contran nº 358/2010, que trata de procedimentos de credenciamento de instituição ou entidades públicas ou privadas voltadas ao aprendizado de candidatos e condutores.
Segundo a primeira resolução do Contran, as autoescolas deveriam estar preparadas para dar aulas com o simulador em junho do ano passado. Esse prazo já tinha sido prorrogado uma vez. E agora as autoescolas querem mais um adiamento.
Desde meados de 2012 o Contran vem avisando sobre a obrigatoriedade do uso de simuladores para a emissão carteira nacional de habilitação (CNH) do tipo "B" (automóveis e comerciais leves). Mas, a cobrança tem que ser cumprida dentro do prazo, visto que é uma lei.
De acordo com o presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores, Magnelson Carlos Souza, serão simuladas situações que podem ser praticadas nas ruas. Para isso, os alunos farão cinco aulas de trinta minutos com conteúdo didático, como conceitos básicos de condução, marchas, aprendizado de circulação em avenidas, curvas, estradas, vias de tráfego, regras de segurança, congestionamento e em situações climáticas e de risco. As aulas não contam nota, e sim participação. Os futuros condutores só poderão utilizar o simulador após o cumprimento da carga relativa às aulas teóricas-técnicas, e antes da realização do exame teórico, sendo assim antes de ir às ruas.
Durante as aulas, o simulador deverá registrar os problemas críticos que o aluno tem no trânsito, experiência que dará mais segurança quando ele for trafegar com o veículo.
"O problema é que a maioria das autoescolas não tem infraestrutura e nem recursos para arcar com a compra do simulador" declarou o instrutor de trânsito do CFC de Anita Garibaldi, Antonio Gilberto Ferreira.
A Autoescola Anitense ainda não possui o simulador, mas segundo Antonio, as medidas para a implantação do aparelho já estão sendo tomadas. O CFC do município estima que a próxima turma de condutores que iniciará no final deste mês, já usará o simulador. Todavia, uma das dificuldades esta na aquisição do equipamento, cujos fabricantes possuem uma alta demanda.
No Brasil são quatro fabricantes autorizados, que alegam que os pedidos na última hora por parte das autoescolas é o motivo dos atrasos na entrega dos aparelhos.
De acordo com o instrutor de trânsito da Autoescola Anitense, será preciso mudar de espaço para comportar o simulador. “Nosso espaço é insuficiente para ter o aparelho, em breve mudaremos de local para estabelecer o novo equipamento”, disse Antonio.
O valor do simulador custa em média R$ 40 mil, e segundo o instrutor Antonio ainda há a manutenção mensal de R$ 2 mil. “Os gastos são muito elevados, por isso terá um aumento no valor da CNH aos novos condutores, para suprir essas despesas do investimento”. O valor da CNH categoria “B” na Autoescola entrevistada, que até então está em R$1375,00 terá um acréscimo de R$ 280,00, aproximadamente 20% sobre o valor fixo.
Simulador de trânsito, necessário ou não?
Diante da nova regra surgiram opiniões diversas a respeito da implantação da legislação. Para o instrutor Antonio, a medida é uma forma de aprendizado, mas não é uma realidade por inteiro. “Por mais que o simulador demonstre a realidade, trata-se de uma espécie de vídeo game”.
Durante enquete feita pelo Correio dos Lagos nos meios on-line, que ofereceu três alternativas de opinião sobre o assunto, a superioridade, com 56% dos votos, foi de que as aulas no simulador são desnecessárias, na medida em que o valor da CNH aumenta, bem como o número de aulas. Porém, há aqueles (33%) que mediante a implantação da lei interpretam como uma obrigação. Em proporção menor (11%) há os que entendem a resolução como uma preparação para os desafios diários vivenciados no trânsito.
Deixe seu comentário