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Incêndio e ocupação do MAB em menos de uma semana

A madrugada de quinta-feira (8) foi de movimentação nos alojamentos da Usina Garibaldi em Abdon Batista. Um incêndio que destruiu dois alojamentos e uma lavanderia começou por volta das 3h da manhã. A polícia trabalha com a hipótese de um ato criminoso.

No momento muitos trabalhadores dormiam, porém não teve vítimas e ninguém ficou ferido. Os alojamentos, que foram destruídos, abrigavam cerca de 200 trabalhadores. A obra ficou parada até que os colaboradores da empresa fossem acomodados, porém os trabalhos já retornaram. Os colaboradores foram dispensados e a empresa disponibilizou hotéis e transporte para voltarem para suas casas.

O prefeito municipal Luiz Antonio Zanchett, o Abelha, prestou todo apoio aos trabalhadores e disponibilizou o centro comunitário do município para que ficassem alojados. O incêndio foi controlado pelos bombeiros da região e contou com o apoio das polícias civil e militar.

No mesmo dia do incidente a assessoria de comunicação enviou uma nota oficial relatando o mesmo.

MAB ocupa canteiro de obras

Os trabalhos na segunda-feria (12) estavam normalizados, porém uma ação do MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens paralizou novamente a obra na terça-feira (13). A ocupação e permanência é por tempo indeterminado e de acordo com a assessoria de imprensa do MAB, o grupo formado por aproximadamente 500 pessoas permanecerá no local até que avancem as negociações com a empresa.

NOTA À IMPRENSA

A Rio Canoas Energia S.A., empresa responsável pela implantação da Usina Hidrelétrica Garibaldi, informa que na madrugada do dia 13 de março, houve a ocupação, seguida de depredação e destruição de parte do canteiro de obras da usina, no município de Abdon Batista/SC, em flagrante desrespeito à Lei, e em desobediência a ordem judicial de Interdito Proibitório já existente.

A depredação de patrimônio da União e de patrimônio privado é ato criminoso, e desta forma deverá ser tratado.

A empresa informa que atua de forma transparente, seguindo uma agenda de conversas com comunidades, população atingida e poder público, desde agosto de 2010, no ambiente do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual. O processo de aquisição das áreas atingidas segue o cronograma pré-estabelecido, amplamente divulgado para a população local.

A Rio Canoas Energia reafirma o compromisso de indenizar ou realocar a população atingida em tempo hábil, e nenhuma família será prejudicada no processo.

Todas as providências para a retomada dos trabalhos no canteiro de obras estão sendo tomadas de formas a se levantar o prejuízo e identificar os

responsáveis por este ato de vandalismo criminoso.

Esclarece ainda ser absolutamente mentirosa a afirmação postada pelo MAB em seu site de que houve a participação dos funcionários envolvidos na construção da obra no crime perpetrado.

Nota enviada pela assessoria de imprensa do MAB

MAB ocupa canteiro de obras da barragem Garibaldi

Cerca de 500 atingidos pela barragem de Garibaldi ocuparam na madrugada de terça-feira (13) o canteiro de obras da hidrelétrica, de propriedade da empresa Truinfo. O objetivo da ação é cobrar os direitos dos atingidos, que estão sendo sistematicamente negados pela empresa, e prestar solidariedade aos trabalhadores da obra que também protestam por melhores salários e condições de trabalho.

Há mais de um ano os atingidos por barragens da região vêm reivindicando seus direitos e em muitos casos, as famílias sequer são reconhecidas como impactadas pela barragem. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), até agora a empresa se nega em avançar nas negociações com as famílias.

A barragem da empresa Triunfo deverá custar cerca de R$ 780 milhões e atinge os municípios de Abdon Batista (onde fica o canteiro de obras), Cerro Negro, Vargem, Campo Belo do Sul e São José do Cerrito, alagando 1.864 hectares de terra fértil e expulsando aproximadamente mil famílias. As empresas donas da barragem terão o direito de explorar a produção de energia pelo prazo de 30 anos.

A ação na barragem de Garibaldi faz parte da jornada nacional de lutas do MAB, em comemoração ao 14 de março, Dia Internacional de Luta Contra as Barragens.