Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
DEPRESSÃO E SUPERAÇÃO
João Maria da Silva, administrador da EEB. Pe Antônio Vieira. Endereço eletrônico: joaomaria.ag@gmail.com
As idades da depressão: Pesquisa com 2 milhões de pessoas mostra que a felicidade da juventude retorna na velhice.
A entrada na casa dos 40 anos causa mesmo um tremendo baque emocional ? e é muito difícil evitá-lo. Em compensação, quem chega aos 70 anos com boa saúde tem grandes chances de encarar o dia-a-dia com o mesmo otimismo e a mesma disposição que movem os jovens de 20. Estas são as duas principais conclusões da mais extensa pesquisa já feita sobre a relação entre a idade e a satisfação com a vida.
Os quarentões concentram o maior índice de infelicidade e de casos de depressão independente de sexo, estado civil, condição social, números de filhos ou nacionalidade. A pesquisa conclui que a sensação de felicidade ao longo da vida evolui como um gráfico em forma de \"U\". Está no auge por volta dos 20 anos, entra em curva descendente na década seguinte e chega ao fundo do poço na meia-idade. A partir dos 60 anos, a curva da felicidade recupera o fôlego e, anos 70 anos, volta ao mesmo nível relatado pelos jovens adultos.
A fossa dos quarentões e a boa disposição dos jovens e idosos explicam-se em boa parte pelas situações que realmente surgem nessas fases. Enquanto os jovens têm enorme confiança no futuro e os idosos saudáveis experimentam a sensação do dever cumprimento, os quarentões enfrentam um cenário bem diferente. Mesmo involuntariamente, a chegada à maturidade estimula uma análise da trajetória até aquele ponto da vida, muitas vezes acompanhada de sentimentos de frustração por projetos não realizados e de medo do futuro.
O resultado da pesquisa chama atenção para a maior discussão atualmente em pauta nos consultórios psiquiátricos: se a qualidade de diagnósticos de depressão é ou não excessiva. As estimativas mais divulgadas apontam que 20% da população mundial tem pelo menos uma crise depressiva ao longo da vida. Muitos médicos acreditam que, na realidade, o número de doentes possa ser 25% menor.
Alguns medicamentos são frequentemente utilizados para tratar a tristeza, um sentimento natural do ser humano que, apesar de indesejável, nada tem de patológico.
O que se observa hoje é que muitas pessoas tomam remédios em vez de enfrentar os problemas. Leve uma vida alegre e saudável, e contribua para a tua saúde em geral.
Revista Veja ? ed. 2046 ? ano 41 ? n. 5 - 6 de fevereiro de 2008 ? pg. 68/69.
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