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PENSAMENTO POSITIVO ? parte 2

João Maria

Mas pensar positivo funciona? Funciona. Mas não como a maioria das pessoas
gostaria. O pensamento positivo não vai engordar sua conta bancária do dia para a noite. Nem fará carros e diamantes orbitar ao seu redor. Porém segundo várias pesquisas, uma atitude otimista pode influenciar muito a resistência do organismo às doenças.

Uma comparação disso veio da Universidade Harvarad, nos EUA. Há 5 anos, um grupo de médicos da instituição descobriu que pensar positivamente pode fazer bem para os pulmões. Os pesquisadores avaliaram o estado de saúde de 670 homens na faixa dos 60 anos de idade. Também aplicaram testes de personalidade para identificar quem eram os otimistas e os pessimistas. Depois de 8 anos, constatou-se que a turma de bom humor tinha um sistema imunológico mais resistente a doenças pulmonares quando comparada ao grupo estressado. Até mesmo os fumantes otimistas apresentaram resultados melhores que os do tabagismo que eram, digamos, baixo-astral.

O coração também bate melhor quando estamos com bom humor. Os pesquisadores do Instituto Delfland de Saúde Mental, na Holanda, monitoraram homens com idade entre 64 e 84 anos durante 15 anos. A incidência de infartes e derrames foi menor entre aqueles que tinham uma atitude positiva. Os otimistas apresentaram ainda 55% menos riscos de ter doenças cardíacas.

O que essas pesquisas revelam pode soar óbvio: pessoas com disposição para ver o lado positivo da vida tendem a cuidar mais da saúde, a praticar exercícios e se alimentar melhor. Porém, há uma outra explicação, que fala de relação entre os hormônios e o estresse ? problema que os otimistas parecem enfrentar melhor em relação aos pessimistas. Longos períodos de irritação e melancolia influenciam a secreção de alguns hormônios. "No estresse crônico predomina a ativação do córtex das glândulas supra-renais com produção de cortisona, que é um hormônio imunossupessor, ou seja, que diminui a ação do sistema imunológico", explica o médico Régis Cavini Ferreira, especialista em psiconeuroendocrinologia, uma área que estuda a relação entre cérebro, hormônio e comportamento.

"Assim evitando o estresse, o indivíduo tem melhor competência imunológica para se recuperar das doenças", afirma. As glândulas supra-renais, aliás, parecem ser um dos principais termômetros do pensamento positivo no nosso corpo. Como o próprio nome diz, elas ficam na parte superior dos rins e sua função consiste basicamente na liberação de hormônios. Isso acontece como resposta ao nível de estresse a que fomos expostos.

João Maria da Silva

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