Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
Oito de Setembro - Dia Internacional da Alfabetização
Anita Garibaldi
Há 42 anos atrás, em 1967, o dia 8 de setembro foi declarado pela ONU e pela UNESCO, como o Dia Internacional da Alfabetização, com o objetivo de despertar a consciência da comunidade internacional e chegar a um compromisso mundial com relação ao desenvolvimento e à educação. A comemoração da data no Brasil acontece desde 1930, no dia 14 de novembro, data da fundação do Ministério da Educação por Getúlio Vargas. Estima-se que há no mundo cerca de 880 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever. No Brasil a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE – 2007) apontou uma taxa de analfabetismo de 10%, registrando cerca de 14,1 milhões de analfabetos e colocando o Brasil em 15º lugar na América Latina (o primeiro lugar pertence a Cuba - 0,2%). É fato que o nosso país possui um número significativo de indivíduos que não adquiriram o saber necessário para atender às exigências de uma sociedade letrada, mas, é igualmente verdadeiro, e os números provam isso, que o índice brasileiro vem melhorando gradativamente nos últimos anos. Além disso, o Governo Federal pela lei 11 274 / 2007, instituiu que o ensino fundamental brasileiro passa a ter nove anos. A nova série será acrescentada no início do Ensino Fundamental. O objetivo é colocar mais crianças nas escolas e proporcionar mais tempo de escolaridade aos estudantes brasileiros. Programas como o Brasil Alfabetizado e a Capacitação de Educadores são medidas que contribuem para a redução do problema. Segundo a UNESCO, uma pessoa é analfabeta quando não consegue ler ou escrever uma pequena frase sobre sua vida. No entanto, aos números mencionados acima, podemos adicionar as centenas de milhões de "analfabetos funcionais", pessoas que sabem ler e escrever uma frase simples, mas não passam disso. Por exemplo, não sabem preencher um formulário, interpretar um artigo de jornal ou usar os números no dia-a-dia. Por isso, aprender a ler e escrever implica não apenas o conhecimento das letras, dos números e do modo de decodificá-las ou associá-las, mas a possibilidade de usar esse conhecimento para lidar com as situações complexas da vida no dia-a-dia. Segundo Soares (1998) "ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique e garanta a sua memória o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código". Assim, a alfabetização tem por finalidade a promoção e a valorização do individuo, sua interação com o contexto social, num processo construtivo e transformador, conscientizando-o de sua importância como seres sociais, críticos, atuantes, responsáveis e autônomos. Uma das definições mais completas de alfabetização pertence ao ilustre pedagogo brasileiro Paulo Freire: "A alfabetização é mais, muito mais, que ler e escrever. É a habilidade de ler o mundo, é a habilidade de continuar aprendendo e é a chave da porta do conhecimento". Considerando as características e a inserção da boa educação no mundo de hoje, pode-se afirmar que ela não é um ônus, uma caridade, um encargo improdutivo pesando sobre os ombros dos governos e da coletividade. Ao contrário, ela é um investimento de alto retorno, uma fonte inesgotável de riqueza e de sabedoria com grande potencial redistributivo e democratizante. A alfabetização e a educação básicas constituem o fundamento sólido do qual emanam os maiores frutos econômicos e sociais. Aproveitando esta data ouvimos uma alfabetizadora de nossa cidade, a Professora Vera Lucia Fernandes da Silva, para ela "A alfabetização é um processo desafiante e complexo que exige dos profissionais da educação grande conhecimento, dedicação e persistência pois, a apropriação do código escrito acontece diferentemente de um individuo para outro, assim os professores alfabetizadores precisam usar métodos diversificados, criativos e lúdicos para despertar nas crianças a vontade de aprender e o espírito investigativo, além disso é preciso que a família e a sociedade sejam parceiras para criar um ambiente educativo, estabelecendo limites e responsabilidades".
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