Anitenses gauchescos
É típico do ser humano buscar independência, muitos saem de casa na primeira chance que tem. Nem sempre mantemos a distância de nosso lar, mas mesmo assim almejamos força para nos mantermos fora de casa em busca de novos horizontes. Ao mesmo tempo que queremos independência, também desejamos contato com nossos semelhantes. Saímos de nosso lar, mas gostamos de nos sentir como se estivéssemos nele, dessa forma procuramos quem nos lembre a terra amada de onde saímos. Não é de hoje que encontros de família propiciam alegria a seus participantes, mas também não é de hoje que aprendemos a criar famílias fora de casa. Relacionamo-nos com conhecidos e desconhecidos para suprimir a falta do ambiente familiar. Nós criamos clãs que completem os hiatos em nossos corações, causados pela saudade. Criamos laços de amizade muitas vezes mais forte do que laços sanguíneos, vivemos em busca de independência mesmo sendo intrinsecamente dependentes da presença de pessoas que nos agradam. Promover encontros que afastem um pouco a nostalgia do coração e proporcionem momentos agradáveis com nossos conterraneos, quebra a sensação de deslocamento. Em encontros de amigos encontramos novos amigos, fortalecendo ainda mais comunidades que formam verdadeiras cidades. Por meados da década de 70, dezenas de anitenses corajosos deixaram suas casas, seus pais e conhecidos, para tentar a vida em uma cidade que aos poucos foi sendo transformada num dos mais importantes pólos econômicos, industriais e culturais do sul do Brasil. Esta cidade é Caxias do Sul. Foi lá que aconteceu o primeiro encontro anitense e seus descendentes que temos notificado. Estes desbravadores ajudaram a construir a metrópole regional que é Caxias. Empregados em grandes empresas nascidas na serra gaúcha, como Marcopolo e Randon, sentem a necessidade mesmo é de exaltar o orgulho que sentem da pequena Cidade dos Lagos. Mais do que isso, sentem a necessidade de matar a saudade de ser anitense, de estar com anitenses: unidos sempre.
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