Brinquedos para adultos despreocupados
Temos observado recentemente o lançamento do mais novo produto da Apple a enfileirar pessoas nas revendas autorizadas, primeiro nos Estados Unidos, agora no Brasil.
Temos observado recentemente o lançamento do mais novo produto da Apple a enfileirar pessoas nas revendas autorizadas, primeiro nos Estados Unidos, agora no Brasil. O iPad2 é um dos poucos modelos dos computadores chamados popularmente de tablets, os quais apresentam muitas limitações quando comparados a um notebook, por exemplo, mas que mesmo assim conquistaram os malucos por este tipo de tecnologia revolucionária. A questão é: Para que realmente serve um tablet? Se pararmos para observar nosso cotidiano, muitos de nós trabalhamos em frente a um computador com uma tela fina de LCD, porém imensa, conectado a internet com teclados, mouses e mais um monte de tralha que precisa de conexão USB. E não é porque estamos no interior de Santa Catarina que trabalhamos assim, provavelmente até o maior gênio da Apple tem a necessidade de usar seu iMec. Os tablets têm como público-alvo usuários que entram na internet para acessar e-mails, notícias, além de ver fotos, assistir a vídeos, ouvir músicas e ler livros e jornais eletrônicos, ou seja, o brinquedinho tem como público alvo gente que fica navegando o dia inteiro, popularmente conhecidos como desocupados. Uma das funções desta geração de computadores que mais mexe com a economia, é a que se refere a leitura de livros e jornais. Grandes jornais e editoras já vêm divulgando a assinatura e a venda de jornais e revistas na versão eletrônica. Livros eletrônicos custam bem menos do que os em formato brochura. Será o fim do papel para a expressão do pensamento? Não, pelo menos enquanto houver pessoas que gostam de colecionar livros e revistas, ter sua própria biblioteca e viverem afastadas dos grandes centros urbanos onde não existe uma conexão Wi-Fi ou 3G de qualidade. O mais estranho é a forma como todos tratam esses novos produtos como os salvadores da pátria quando a questão é transmissão de conteúdo. Os ares da economia americana e europeia, as revoluções no Oriente Médio e os tradicionais inquéritos investigativos da política brasileira, são até esquecidos quando uma novidade tecnológica aparece, para delírio daqueles adultos infantilizados que gastam um valor desproporcional a seus ganhos mensais simplesmente para dizer: Tenho um iPad, não vou mais twitar do celular. Não somos contra a inovação tecnológica, mas que ela realmente seja útil e compatível às tecnologias anteriores, para que o ontem possa viver harmoniosamente com o amanhã e para não sermos direcionados ao consumismo de forma meio que inconsciente. Realmente a evolução da raça humana no quesito lógica econômica deixa a desejar.
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