Indiferença e observação
Além do que lemos, somos ainda o que vemos fora das páginas dos livros. Somos formados pela realidade que nos cerca e nos é apresentada a cada novo dia ou etapa da vida.
Dizem que somos o que comemos. Não é verdade, não somos canibais. Podemos dizer que somos o que lemos, afinal se lemos Dostoievski é porque mesmo que inconscientemente gostamos um pouco de psicologia. Já se lemos Meyer, temos um lado romântico que pode ultrapassar qualquer limite.
Além do que lemos, somos ainda o que vemos fora das páginas dos livros. Somos formados pela realidade que nos cerca e nos é apresentada a cada novo dia ou etapa da vida.
Podemos ter certeza de que o meio cultural em que crescemos nos influencia e motiva a fim de perpetuar algumas culturas e extinguir outras. Uma peça polêmica que já faz parte da cultura televisiva brasileira, é composta pelos Reality Shows, que de reality não têm quase nada.
Chamamos de peça polêmica da sociedade pelo fato de que enquanto uma multidão passa o tempo se esforçando para conseguir uma vaga num desses programas, uma outra multidão põe-se a criticar Reality Shows e os seus participantes. É então que nos perguntamos: Estas críticas tem quais objetivos? E as respostas jorram como a água no vertedouro de Barra Grande, "é uma indecência", dizem uns, "não tem nada a contribuir com a minha formação intelectual ou profissional", dizem os que se julgam mais sagazes. Mas verdade seja dita, o que movimenta o mundo, não só o Brasil, é o dinheiro, o Ibope, logo tirar a "indecência" do ar é mais difícil do que tirar leite de pedra.
Exposição demais não é legal, mas devemos ter em mente de que tem gente de todas as classes sociais, com todas as graduações imagináveis e de todas as idades, que não pensam que exposição demais não vale um milhão e meio de reais.
Bem, nós não podemos fazer nada com relação a isso, afinal são milhões de mentes a mudar, e isso seria um crime contra a natural diferença humana, mas gostaríamos de dar uma dica às emissoras de TV: Não sejam mesquinhas! Já que a Globo tem tanta audiência, quem sabe a TV Escola ou o Canal Futura não devam transmitir o Big Brother.
Para finalizar, vale lembrar, não vejamos apenas o lado ruim das coisas. Dostoievski não faria isso.
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