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Trabalho e educação

 Já imaginaram quantos empregos diretos e indiretos o Brasil tem gerado e ainda vai gerar com a preparação para a Copa do Mundo e as Olimpíada?Um número realmente muito grande, mas que mesmo assim não foi suficiente para evitar que 2012 tivesse o pior índice de criação de empregos formais desde 2009, como apontou o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho.

"Anuncio que acabo de enviar uma nova proposta para o Congresso Nacional para que 100% das receitas dos royalties da exploração de petróleo sejam investidos em educação por Estados e municípios", disse a presidente Dilma Rousseff em seu último pronunciamento em cadeia nacional no dia 1 de maio. O discurso maquinado para ir ao ar no Dia do Trabalho, surpreendeu muitas pessoas com declarações que pareciam ter sido escritas como promessa de campanha, ou como uma forma de mostrar aos brasileiros que propostas interessantes são encaminhadas pela presidente, mas são barradas no Congresso (o que provavelmente vai acontecer).
Talvez a presidente tenha feito sua declaração sobre os investimentos na educação em seu discurso no Dia do Trabalho, justamente por que ela sabe que esses temas estão intimamente vinculados. É impossível que ela não saiba disso, mas ainda é provável que algumas pessoas que a ouviram, como os senadores e deputados, por exemplo, desconheçam esse fato e por isso derrubem esse insólito projeto.
Trabalho e educação sempre andaram juntos, desde muito antes do Brasil sonhar com Copa do Mundo e Olimpíadas, porém são prioridades que parecem ser tratadas com descaso. O que se observou nos últimos anos é que a vinda de grandes eventos para o país é vista como uma geradora súbita de vagas de trabalho e que por isso merece mais atenção dos governantes. Essa gana por resultados rápidos também aparece no âmbito educacional com programas e projetos que facilitam o acesso ao ensino técnico e superior. Mas, acesso de quem? Do brasileiro mal preparado que vem de uma rede pública de ensino na qual poucos investimentos são feitos.
Ultimamente, o que se percebe é que a educação básica não parece importante para a geração de bons profissionais no futuro. Grandes eventos não estão mais disfarçando a necessidade de investimentos em áreas que realmente importam para a geração de emprego e desenvolvimento.
 
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