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Uma grande paixão nunca se esquece

Nunca tínhamos parado para pensar na palavra paixão.

Nunca tínhamos parado para pensar na palavra paixão.

Assim como tantos outros, este vocábulo pode ter explicita variação de significado de acordo com o contexto social e temporal no qual este é inserido. Às vezes pode soar de forma estranha a associação de paixão ao sofrimento, afinal a palavra é frequentemente associada aos sentimentos amorosos, os quais melhor exprimem condições de grande afetuosidade entre as pessoas.

De amor ardente a sofrimento prolongado, sentimentos que por vezes se confundem, pode ser também o martírio de Cristo, ou A Paixão de Cristo, definição a qual se dá grande valor no contexto religioso nacional e que é acentuado pela igreja Católica, devido, provavelmente, ao fato de o Brasil ser o maior país católico do mundo.

Nesta época o teatro vai às ruas, às igrejas e casas, revelando o espírito emotivo do sofrimento humano de Jesus como forma de salvação.

Vimos grandes encenações que nos dão uma noção básica do envolvimento do homem com a religião e também ajuda-nos a lembrar que temos que ter consciência de nossa fé, de que nosso futuro não depende somente de planejamento, como também de esperança.

Assistir a um desses teatros da quaresma, igual ao que ocorre anualmente no Morro Grande, em Lages, bem como a emocionante peça encenada na Igreja Matriz Santa Bárbara, em Anita Garibaldi, remete-nos a pensar no valor da vida e no que ela realmente significa. Não ficamos chocados com a violência com que Cristo morreu, pelo contrário, há uma emoção avassaladora que faz pensar em dignidade como adjetivo à vida.

Estamos habituados a admitir nossos erros, mas ainda sofremos por não saber perdoar. Somos martirizados pela nossa própria parcialidade vivendo baseados em mentiras que visam o bem pessoal. De todas as lições bíblicas, talvez a mais importante seja a de que perdoar seja a salvação da humanidade, mas para termos certeza disso deveremos ultrapassar o individualismo e viver realmente em comum união, esquecendo aquela paixão desenfreada da cidade, que nos movimenta de sexta a sexta-feira e nos faz esquecer que determinadas palavras podem ter muitos significados, os quais vão além de datas, passam por gerações e salvarão vidas até os últimos dias. Não podemos tornar a paixão passageira.

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