O autismo é um transtorno caracterizado, principalmente, pelo prejuízo da sociabilidade.
Os sinais aparecem antes do terceiro ano de vida: em vez de progredir no desenvolvimento das habilidades, a criança involui, isola-se, não interage nem com a mãe, não faz contato visual, pode apresentar dificuldade de linguagem e comunicação e comportamentos agressivos ou restritivos, como ficar balançando o corpo para frente e para trás, entre outras características.
O autismo não tem cura, mas o diagnóstico precoce faz toda a diferença, pois é o ponto de partida para o início de um programa de tratamento.
Junto com outras doenças correlatas, o autismo é classificado como transtorno global do desenvolvimento. Atualmente, ganha espaço o conceito de Transtorno do Espectro Autista (TEA), que categoriza tudo como autismo, inclusive as correlatas, considerando as gradações: leve, moderado e grave. Esse novo referencial facilita o diagnóstico, que nem sempre é simples, por causa da variabilidade de comportamento da criança com autismo.
Vindo da neurociência, o entendimento de que temos um “cérebro social” teve um papel importante na compreensão do diagnóstico do autismo, pois mostra que a forma como o cérebro funciona se reflete no comportamento. Temos, por exemplo, uma cognição social, que nos confere habilidades, como a de perceber a emoção na face do outro ou de interpretar o contexto em que estamos para modular nossos comportamentos. Outra habilidade desse “cérebro social” é a capacidade de nos colocar no lugar do outro, criando empatia, fator importante nas interações sociais. Crianças autistas apresentam alterações funcionais no cérebro que resultam em déficits de habilidades como essas.
Testes neuropsicológicos permitem identificar se o quadro da criança é compatível com o autismo, quais são as habilidades cognitivas mais prejudicadas e, a partir daí, planejar intervenções para desenvolvê-las. São atividades direcionadas, com metas estabelecidas e com monitoramento da evolução.
Quanto mais cedo o programa de intervenções começar, maiores são as chances de o autista se desenvolver melhor, com mais qualidade de vida. Por isso, se a família começou a identificar alguns sinais de que há algo diferente no desenvolvimento ou comportamento da criança, o melhor caminho a seguir é o serviço de atendimento multidisciplinar da APAE de Anita Garibaldi, que oferece serviços de psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, serviço social, neurologia e equoterapia.
Se houver suspeita de autismo, encaminhe a APAE. Quanto mais precoce melhor.
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