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A luta contra o Câncer de Mama com otimismo e fé

Outubro é um mês de datas especiais e também de uma campanha que tem ganhado proporções com o passar dos anos. Nessa matéria destacamos o Outubro Rosa e o Dia do Professor. E para contextualizar os dois temas conversarmos com a anitense Iracilda Rosa Goularte, 61 anos, a professora aposentada que enfrentou um Câncer de Mama, tornando-se um exemplo de como a autoestima ajuda na recuperação.

A moradora da comunidade de Santo Anjo, foi professora de séries iniciais por 32 anos, iniciando a profissão na E.I.M. Barra Grande, no ano de 1975, após cinco anos residindo em Caxias, retornou para mesma escola. De 1999 a 2005 lecionou no N.M. Claudino Leopoldo Petry e recebeu a aposentadoria no ano de 2009, quando trabalhava na E.E.F. José Borges da Silva.

O Câncer de Mama apresentou os primeiros sinais em 2015, no resultado de uma mamografia, exame este que ela fazia anualmente. Segundo Iracilda, na época, ao levar em um médico em Anita, recebeu a orientação de que não precisava ir além na busca de tratamento, porque não havia necessidade.

O tempo passou, em maio de 2016, Iracilda percebeu a existência de anormalidades na mama direita. "Procurei ajuda médica novamente e levei a mamografia que havia feito um ano antes. De imediato o médico solicitou que eu fizesse outra", relata. Porém, pelo SUS demorou dois meses, ao mostrar o resultado ao médico em Anita, ela foi encaminhada para uma consulta com um mastologista e então iniciaram os encaminhamentos para o tratamento contra o Câncer de Mama. 

Em setembro de 2016 ela iniciou as quimioterapias, foram oito sessões com intervalo de 21 dias.  "Desde o início o médico me disse sobre os efeitos das quimios, como a queda total do cabelo, mas isso em nenhum momento me abalou, não fez diferença. Sempre levei na brincadeira. Quando me perguntavam como eu estava, dizia que o único trabalho que eu tinha era de lavar e secar o cabelo. A Bíblia diz que não cai nenhum fio de cabelo sem que Deus saiba. Desde o primeiro dia que eu soube que tinha câncer eu sabia que era um problema, mas Deus é muito mais do que esse meu problema. E dessa forma eu encarei, com otimismo. Ficar chorando não iria me livrar do câncer", comenta.

Após concluir as sessões de quimioterapia, Iracilda precisou fazer a cirurgia de retirada do seio, a mastectomia, que aconteceu em abril deste ano. "Sempre fui de acordo em retirar toda a mama, que não me importava, porque sei que é para o meu bem", complementa.

A recuperação foi muito boa, mas o tratamento ainda não havia sido finalizado. À frente estavam as 25 sessões de radioterapia, as quais ela fazia em Lages, precisando se deslocar diariamente em viagem.

Desde o dia 29 de setembro, o tratamento foi concluído, porém nos próximos dez anos, ela seguirá com acompanhamento médico.

Iracilda agradece pelo carinho e atenção recebido pelas equipes de saúde e relata que de maio de 2016 até hoje, nada mudou. "Receber a notícia de que estava com câncer não me causou impacto. Porém deveria ter ido atrás de recursos quanto soube lá em 2015. Esse é o conselho que eu dou, para procurar recursos o quanto antes perceber que há algo de anormal", orientou a mulher religiosa, que coloca a fé em Deus em primeiro lugar. "Há quem está triste, não adianta, vamos tocar a vida para frente. Confiando em Deus, tendo o apoio da família, tudo dará certo. No meu ponto de vista eu não estou doente, eu estou bem sempre. Parece que essa caminhada nem aconteceu. Sempre tive bem", afirma com alegria.

Um dos sonhos de Iracilda, que ela pretende realizar no ano que vem, é retornar a lecionar. "Sempre quis ser professora e o amor pela profissão faz parte da minha vida. Ser educadora é meu chão", disse com sorriso no rosto. Aposentada desde os 53 anos, ela comenta que a educação passou por muitas mudanças. "Lecionei por muitos anos em salas mistas, com alunos de 1ª a 4ª série, mas, além disso, o respeito é algo que falta muito, o que fere nossa profissão. Tenho muita saudade de dar aula. Sempre busquei inovar o modo de ensinar, trazendo criatividade e assim despertando o interesse dos alunos. Apesar dos desafios, o entusiasmo sempre foi maior, por isso em breve pretendo voltar a dar aula e fazer o que mais gosto", conclui Iracilda.

Campanha de Doação de Lenços Femininos

O Consulado do Grêmio e a Unidade de Saúde Célio Valtair Gomes, do bairro Coopercampos, de Anita Garibaldi, aderiram à Campanha de Doação de Lenços Femininos, para mulheres em tratamento de câncer. Qualquer tipo, tamanho e cor de lenços estão sendo recebidos.

Os lenços podem ser entregues para qualquer representante do Consulado do Grêmio ou na Unidade de Saúde do bairro Coopercampos durante o mês de outubro. Eles serão destinados ao setor de oncologia de hospitais que prestam atendimento a pacientes em tratamento quimioterápico.

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