Quem nunca viu uma criança no andador, ou presenciou uma mãe aflita a espera que o filho caminhe? É por esta cena ser considerada tão inofensiva e pensando na saúde do seu filho que o médico da Unidade de Saúde de Anita Garibaldi, Luiz Gustavo Nunes Batista, e a fisioterapeuta Bianca Neves alertam o tão perigoso que é o uso do andador infantil.

Eles relatam que apesar da recomendação da sociedade brasileira de pediatria para os pais não usarem andador com seus filhos, o mesmo continua a ser muito popular e é utilizado por cerca de 60 a 90% das crianças com idade entre seis meses a um ano e meio.

Os profissionais explicam que quando se coloca a criança no andador, acaba-se por dar a ela uma independência preocupante: "Pois a mesma não tem a mínima noção de perigo. Esta noção de perigo a criança vai começar a ter por volta dos 5 anos. Além disso, quando uma criança é colocada no andador ela engatinha menos e este exercício de engatinhar, de levantar, de sentar é o que é essencial para desenvolver a força nos músculos das pernas para que no futuro a criança consiga andar sozinha. Essa mudança de posturas é também responsável para aprimorar o equilíbrio que ajuda em todo o desenvolvimento. No andador a criança muitas vezes adota uma postura incorreta e muitos estímulos importantes ao seu desenvolvimento são retirados dela. Outro problema do andador para bebês é que ao usá-lo a criança atinge uma maior velocidade, não dando tempo aos pais para reagir, aumentando o risco de acidentes como quedas que podem ser graves, podendo provocar fraturas e até mesmo um traumatismo craniano. É muito importante para a criança que ela passe todas as fases do desenvolvimento motor até aprender a andar sozinha", destacam o médico e a fisioterapeuta.

A psicóloga Erislane Ribeiro da Luz explica que, para os pais a ansiedade da criança andar é maior que em relação à criança falar. "Contudo, não existe uma idade certa para isto acontecer. Na Psicologia, é muito importante respeitar as fases da criança, pois são nestas fases que ocorrem as descobertas e aprendizados. Precisamos cuidar muito para não transferir para as crianças as nossas expectativas e ansiedades", comenta a psicóloga.

Por fim, os profissionais alertam: "Dessa maneira, pedimos aos pais e responsáveis que sigam as recomendações de não usarem andador, pois assim estamos prevenindo futuros problemas".

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria