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Citomegalovirus: um vírus silencioso
São várias as patologias e doenças que acometem as pessoas, dentre tantas, uma chama atenção pelo silêncio que atinge as pessoas, sendo o Citomegalovirus (CMV) considerado uma doença sexualmente transmissível e muito comum. Pertence à família dos herpesvírus e raramente causa problemas sérios, exceto em pessoas com imunidade comprometida e em gestantes, pois tem o poder de interferir na formação dos órgãos e tecidos do feto, causando malformações diversas.
Geralmente não produz sintomas em adultos saudáveis. Algumas pessoas podem apresentar febre, mal estar, dores articulares e cansaço, e menos frequente pode levar ao aumento do fígado ou baço, ou até mesmo de ambos.
Quando ocorre a transmissão da gestante para o feto, principalmente nos primeiros três meses de gravidez, há uma grande possibilidade da criança nascer com algumas sequelas seja na parte mental, visual, auditiva e em alguns casos paralisia cerebral e epilepsia.
Em Anita Garibaldi, um caso de Citomegalovirus levou uma família a busca por respostas e tratamento para o filho que nasceu com Microftalmia, em um dos olhos que não se formou como deveria.
A mãe que teve o vírus durante a gestação e passou para o feto, diz que não existem culpados. "Muitas mães estão passando hoje por esta situação e ter um filho diferente, é normal", comenta.
O pequeno que hoje está com três anos e dois meses faz tratamento desde os três meses de vida. De acordo com a mãe, atualmente ele usa uma prótese ocular, não toma nenhum tipo de medicamento e é uma criança normal, que brinca, corre e chama pela mãe o dia todo. "Logo após o nascimento do meu filho, em meio a tanta felicidade e ao mesmo tempo preocupação, fomos em alguns oftalmologistas em busca de respostas do que tinha acontecido, por que tinha acontecido e o que teríamos que fazer? Uma profissional usou as seguintes palavras: "Hoje não tem o que fazer, o tratamento será um pouco lento. Aconselho vocês a irem para casa e aproveitar a cada momento da chegada de seu filho", comentou a mãe enfatizando ainda que a profissional colocou que o caso não sofreria nenhuma piora e nem melhora e que seria necessário aguardar até o terceiro mês de vida para iniciar o tratamento. "Esse meu relato tem como objetivo descartar qualquer tipo de preconceito que possa surgir com o passar do tempo, não só nos casos de Microftalmia, como em qualquer caso de má formação. Vamos viver para ser feliz e não para julgarmos o diferente. As palavras dessa profissional foi o mesmo que nos dizer: Vivam sem esperar muito, apenas vivam", comentou.
De acordo com a médica Vanessa Couto, que possui um consultório médico em Anita Garibaldi, o CMV é encontrado em diversos fluidos corpóreos, como saliva, urina, sêmen e secreção vaginal, podendo portanto ser transmitido nas relações sexuais. Diferente de outras doenças sexualmente transmissíveis, o CMV pode sim ser transmitido pelo beijo, mas como os outros tipos de herpesvírus, ele permanece inativo no organismo após a infecção, podendo ser reativado em algumas situações.
Com o objetivo de reduzir o risco da transmissão para o feto, particularmente durante o primeiro trimestre de gravidez, as mulheres grávidas devem usar preservativos em todas as suas relações sexuais. A exposição durante a gravidez é considerada a principal causa de infecção pelo CMV em recém-nascidos.
O Ministério da Saúde e a FEBRASGO não recomendam o rastreamento de rotina da citomegalovirose na gestação, pois não há consenso quanto à efetividade do tratamento da doença.
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