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IDOSOS E A DEPRESSÃO

Não há motivo para um idoso deprimido ficar sem auxílio médico. A depressão ocorre em todas as faixas etárias. Porém, existe uma ideia de que o idoso tem mais depressão que pessoas mais jovens. É comum o julgamento preconceituoso de que o envelhecimento é deprimente e, portanto, o idoso tem que ser mais deprimido. Na prática, isto não se verifica. Idosos com boas condições de saúde, vivendo em seus lares, não têm mais depressão que a média das pessoas.
A depressão, em cada fase da vida, pode apresentar particularidades. No idoso, a tristeza pode não ser tão evidente como na depressão em outras faixas etárias. A redução do interesse e prazer nas atividades, fraqueza e falta de energia, falta de memória e insônia são sintomas mais comuns na terceira idade. Eles podem aparecer lenta ou gradualmente e serem menos graves e evidentes, mas comprometendo da mesma forma a qualidade da vida.
Dores e queixas físicas podem ser sintomas importantes. Nestes casos, os sintomas da depressão podem ser confundidos com sintomas de outras doenças mais comuns nesta faixa etária ou erroneamente interpretados como normais para um idoso. 
Sabe-se que depressão e doença física estão fortemente associadas. De forma geral, um idoso tem mais chances de ter uma doença física crônica que pode desencadear ou piorar a depressão. Pessoas hospitalizadas ou portadoras de doenças crônicas e incapacitantes têm alto risco para depressão, assim como pacientes com Parkinson, Alzheimer ou outras doenças neurodegenerativas.
O principal problema da depressão em pessoas da terceira idade é falta de diagnóstico. Ainda existem mitos e preconceitos sobre envelhecimento. Não reconhecer ou considerar a depressão normal pode significar prolongar o sofrimento.
A depressão é uma doença séria e deve ser tratada. Não há motivo para um idoso deprimido ficar sem auxílio médico. O tratamento, de forma geral, é bem sucedido e em alguns casos pode necessitar de um pouco de paciência e determinação. Quanto mais a pessoa reconhece a própria depressão, melhor será seu tratamento. 
O diagnóstico correto da doença, assim como o reconhecimento dos fatores a ela associados são fundamentais para a instituição de acompanhamento médico adequado.
Referência: JR, Alberto Stoppe. Idosos e a depressão. Diário Catarinense. Florianópolis, 14 de março de 2017.  

 

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