Tornou-se quase impossível não lembrar que os alimentos podem estar associados a doenças. A Páscoa é mais uma data comemorativa que demonstra o quanto os alimentos são usados como símbolo de união, carinho e amor. Porém, a maneira como nos reunimos para celebrar os bons momentos à mesa não é mais tão simples. Não se leva mais à boca sem se antes ler o rótulo, às vezes, obsessivamente.
Tornou-se quase impossível ignorar que muitos alimentos podem estar associados a doenças como diabetes, alergia, obesidade, entre outras ou ainda conter em sua composição ingredientes que não estão contidos nos rótulos, como a polêmica envolvendo a indústria da carne.
Comer para crescer e ficar forte já não é algo tão garantido. O afeto no seio materno e o prazer das festas de confraternização estão dando lugar ao medo e ao sofrimento de não saber o quê e quanto se pode comer sem adoecer ou engordar.
Perguntas como "Esse ovo de Páscoa é feito com chocolate orgânico?", "Esse alimento contém glúten, lactose, açúcar, soja?", "Quantas calorias?", "Pode ser ingerido por criança?", "É saboroso?" são questões que lidamos na indústria alimentícia. 
A cada escândalo, como a soda cáustica no leite, o papelão na carne, o agrotóxico no morango, ficamos mais preocupados e inseguros, especialmente sobre o que colocamos no prato dos nossos filhos.
Felizmente, para toda ação existe uma reação. E esta reação, que até então vinda do campo, em movimentos como a permacultura, que busca formas de cultivo orgânico e sustentável de alimentos, agora ganha força na cidade.
Chefes de cozinha dedicam-se à exploração de uma nova gastronomia, baseada em ingredientes orgânicos, plantas alimentícias não convencionais ou gastronomia livre de alérgenos. Na Capital, temos o exemplo de um chefe que há 13 anos se dedica à adaptação da panificação e pizzaria para versões glute free, sem lactose e sem ovo. Também na lista está uma empresária que se dedica a desenvolver a comida fresca e em uma perspectiva mais saudável e fitness. Assim, vamos contribuindo para o desenvolvimento de microindústrias de alimentos saudáveis e saborosos.
A Páscoa não é só um dia. A Páscoa é todo dia!
Referência: MENDES, Rafael. Alimentação sem contaminação. Diário Catarinense. Florianópolis, 13 de abril de 2017.