Há quase um mês seu André e família residem de favor na casa de parentes, enquanto Edilson (D) aguarda uma solução para o seu caso.
Um contraste de realidades é apresentado em uma mesma edição do jornal. Um caso vem do município de Esmeralda, onde a administração municipal entregou casas às famílias carentes, outra realidade é a de moradores de Abdon Batista, atingidos pela Usina Garibaldi, os quais têm de deixar suas casas e propriedades devido a formação do lago da usina que está sendo construída no Rio Canoas. Alguns moradores não receberam carta de crédito ou novas moradias para se instalarem.
Há menos de um mês a família do senhor André Bortoli Neto, foi obrigada a deixar sua propriedade onde morava há mais de trinta anos, sem receber nenhuma indenização. Hoje ainda vive o drama do despejo, morando de favor na casa de parentes. Os móveis estão amontoados em galpões e o que sobrou da residência encontra-se na casa de vizinhos e parentes. O processo corre na justiça.
Mais uma família despejada
Na quarta-feira (12) foi a vez da família de Edilson Santin, de 45 anos, deixar a sua propriedade. Ele mora com a esposa Marta Inês Correia Santin, de 47 anos, dois filhos, um de 18 anos e outro de 9 anos, além de um tio que tem problemas de saúde.
Há oito anos a família reside na propriedade e a renda é proveniente da agricultura cultivada na terra. A propriedade foi indenizada, porém seu Edilson tem direito a uma carta de crédito, a qual garantirá a sua realocação em outra propriedade, porém estáacarta foi negada quando ele tentou defender os direitos dos irmãos que sempre trabalharam em parceria com ele em outro terreno que também será atingido pela usina. “Eles ofereceram a carta de crédito, mas quando fui retirar a empresa negou e alegou que eu estava defendendo meus irmãos e que eles não teriam direito e eu como irmão queria que eles olhassem a situação deles também. Como é que eu vou pegar o dinheiro e como ficará a situação de meus irmãos?”, comentou Edilson.
De acordo com ele a empresa queria que a família levasse a casa para a propriedade do pai, porém a terra não é deles e no terreno de seu pai já estão os pertencer da família de André. “Entramos na justiça e queremos o que é nosso por direito, vamos gastar com advogados mas quero um lugar para morar”, frisou o morador.
O filho de nove anos presenciou toda a situação e o choro era constante. “É triste ver meu filho ter que passar por essa situação, deixar tudo para trás”, comentou a mãe Marta.
Os vizinhos e amigos permaneceram no local, bem como a polícia militar foi chamada para manter a ordem. A demolição e desocupação do imóvel era a primeira ordem, porém no início da tarde de quarta-feira a derrubada da casa foi suspensa e a empresa negociava com a família um local para levar a mudança e tentar acertar a situação.
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