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Dona Orvídia, história viva de Cerro Negro

No interior do município de Cerro Negro, uma senhora supera o que dizem as pesquisas sobre a média de idade dos brasileiros. Orvídia Francisca de Liz afirma ter nascido por volta de 1890.

No interior do município de Cerro Negro, uma senhora supera o que dizem as pesquisas sobre a média de idade dos brasileiros. Orvídia Francisca de Liz afirma ter nascido por volta de 1890.
De origem pobre, moradora da comunidade de São Roque dos Gramados, interior do município, dona Orvídia é provavelmente descendente de índios Kaingangs que habitavam a Serra Catarinense naquele período.
Filha de Antônio José Luis e Amância Francisca de Liz, teve oito irmãos. Em sua certidão de nascimento, a idade consta como 101 anos de idade, mas segundo ela, devido a distância do cartório mais próximo, no município de Lages, que ficava a aproximadamente 110 Km da localidade onde morava, o seu registro foi feito apenas quando já tinha por volta de 19 anos de idade, devido ao falecimento de seu pai.
Naquela época a sua família vivia da agricultura, levava seus mantimentos para vender no município de Lages. Galinhas, milho, e outros produtos produzidos na propriedade eram transportados no lombo de mulas, para serem negociados na cidade.
Na sua adolescência, um dos fatos que mais a marcou foi A Guerra do Contestado, conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina. Segundo ela, ajudou a alimentar os caboclos que se escondiam nas matas da região e para não se ferir costumava a amarrar pedaços de couro nos pés, popularmente conhecido­­ como Bota de Garrão.
Casou-se com aproximadamente quarenta anos com Pedro Nunes de Chaves, com quem teve quatro filhos: Tereza Nunes de Morais, hoje com 75 anos de idade, José Nunes de Liz, com 73 anos, Dorvalina Nunes de Liz, com 65 anos e Miguel Nunes de Liz, falecido aos 16 anos. Sua família já está na quinta geração a partir dela.
Viúva há 35 anos, vive com a filha mais velha e a bisneta Bruna Morais dos Santos, com 18 anos. Segundo sua filha, ela se alimenta bem e raramente queixa-se de alguma dor, perdeu a visão devido à idade avançada, mas ainda lembra de sua vida com muita lucidez.
Dona Orvídia gosta de comer carne sem cerimônia, além de não dispensar um bom chimarrão. Por ter nascido e se criado em Cerro Negro, ela é a história viva do município e exemplo de que a população brasileira está vivendo cada vez mais. Em 2010 o Brasil terá 24,5 milhões de pessoas com mais de 60 anos, em 2020, a população com essa idade deverá superar a marca de 31 milhões de pessoas.

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