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Entrevista

Seu Achiles, o Fotógrafo de Anita Garibaldi

A profissão de fotógrafo vai muito além de uma boa máquina, lugares ou pessoas bonitas. Para se fotografar, deve-se ter o dom e gostar do que faz. Há 52 anos ele ficou conhecido na região por ser o único por muitos anos a registrar, através das lentes de sua câmera, momentos que estão guardados até hoje na memória e em álbuns de muitas pessoas.

Achiles Salmória Neto, 72 anos é casado com Jandira Salmória, com quem teve quatro filhos sendo dois homens e duas mulheres. Estudou até a 3ª série do ensino fundamental e sempre trabalhou como Fotógrafo em Anita Garibaldi. São poucos os  anitenses que nunca foram fotografados por ele, uma pessoa  que ajudou a contar a história do município através de seus retratos.
Correio dos Lagos - Em que ano iniciou a fotografar e como era naquela época ?
Achiles Salmória Neto - Comecei a trabalhar como  fotógrafo no ano de 1960. Naquela época tudo era diferente, as máquinas eram pesadas e não contavam com a tecnologia de hoje em dia.
 
Correio dos Lagos - Que tipo de fotos mais gostava de fazer e que eventos gostava de fotografar?
Achiles- Como só tinha eu para fotografar, então todas as fotos eram comigo. Trabalhava em casamentos, formaturas, aniversários, fotos para campanha eleitoral e também para a polícia sempre que acontecia acidentes.
 
Correio dos Lagos - De onde surgiu o gosto pela fotografia?
Achiles- Meu primo Antônio Menegazzo abriu naquela época uma loja de fotografia e me convidou para trabalhar, nenhum de nós dois sabíamos fotografar começamos a ler livros e aprender a técnica,.Comecei a tirar fotos quando tinha 21 anos, morava na comunidade de Santa Ana e após servir ao Exército em Lages vim morar no centro e trabalhar como fotógrafo.
 
Correio dos Lagos - Qual foi a primeira máquina que comprou?
Achiles- Eu comprei uma máquina muito moderna, para a época é claro, era a Yashica-Mat, fabricada no Japão, hoje desatualizada, mas ainda funciona, tirávamos as fotos e revelávamos na loja, trabalho por 40 anos com fotos preto e branco, hoje somente com  coloridas.
 
Correio dos Lagos - Perdeu clientes com a vinda das máquinas digitais?
Achiles- A questão não é exatamente perder clientes, o que acontece hoje é que os clientes se atualizaram e a maioria das fotos são tiradas por eles mesmo só trazem ao estúdio para revelar, oque diminuiu bastante o serviço para o fotógrafo. 
 
Correio dos Lagos - Sempre trabalhou com fotografia?
Achiles- Sempre, já fazem 52 anos, mas agora estou parando.
 
Correio dos Lagos - Gosta do que faz?
Achiles- Sim, gosto do que faço, sempre gostei. Cada um deve procurar fazer aquilo que gosta para ser feliz.
 
Correio dos Lagos - Os filhos seguiram a sua profissão?
Achiles- Na família éramos em três irmãos fotógrafos, eu em Anita Garibaldi, um irmão em Abdon Batista e um em Campo Belo do Sul. Meu filho Clairton seguiu minha profissão e trabalha na área registrando casamentos, formaturas, batizados entre outros eventos.
 
Correio dos Lagos – Durantes esses 52 anos fez cursos de aperfeiçoamento?
Achiles- Sim, sempre que tinha encontros, reuniões sobre fotografia, procurava participar para manter-se atualizado.
 
Correio dos Lagos - Qual foi a foto que tirou e nunca esqueceu, uma foto marcante em sua vida?
Achiles- Tirei muitas fotos marcantes da história de nossa cidade, mas uma que jamais esqueci foi a que tirei a muitos anos na balsa do Ceregati junto com  a polícia, onde um homem chamado Bastião Terra matou dois homens de assinatura Basílio a tiros e quando chegamos para tirar as fotos avistei as crianças, os filhos dos homens, juntos com os pais, esta cena marcou.
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