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Esmeraldense é vítima em Santa Maria

A insensatez de um show com fogos dentro de um local fechado e revestido com material de alta combustão transformou o último final de semana no palco de uma tragédia que chocou o Brasil e o mundo, deixando para trás mais de duzentas famílias desesperadas em busca de explicações para algo que parecia inacreditável.

 Logo que a fumaça do incêndio na boate Kiss, em Santa maria, dissipou-se, a dor começou a se alastrar entre muitos amigos e familiares das vítimas, a maioria estudantes da região sul com menos de 25 anos. O município de Esmeralda, no lado gaúcho da Região dos Lagos, sentiu ainda mais o peso desse acontecimento que levou uma de suas filhas: Ana Caroline Rodrigues.

Ana tinha dezenove anos e era uma jovem bastante querida em sua cidade natal. Estudava Tecnologia de Alimentos em Santa Maria e namorava Brady Adrian Golçalves Silveira, que também morreu no incêndio. Ele era natural de Cruz Alta e comemorou seu aniversário de 21 anos no sábado, às vésperas do acidente.
Uma imagem da festa na boate ilustra a capa do Facebook de Ana Caroline. Aquelas horas que eram para ser de diversão e comemoração, tornaram-se momentos que vão marcar muitas vidas com tristeza.
 
Segunda-feira de tristeza em Esmeralda
 
Além de ser muito apegada à família, Ana Caroline era muito aplicada em seus estudos e ativa em movimentos tradicionalistas – ela fazia parte do CTG Pioneiros do Laço de Esmeralda – por isso era querida e conhecida por muitos em Esmeralda.
Amigos e parentes reuniram-se para se despedir e prestar as últimas homenagens à jovem estudante. O corpo chegou por volta das oito horas no município e foi velado na Funerária Cristo Rei, comovendo a cidade que confortou como pode os pais de Ana, Adão e Teresinha, os quais mantiveram-se ao lado do corpo da filha até o enterro, no Cemitério Municipal de Esmeralda, no final da tarde.
 
Os próximos passos da polícia
 
Todos esperam respostas sobre o que exatamente aconteceu em Santa Maria. Os donos da boate, assim como membros do grupo que se apresentava durante aquela noite foram presos, mas as investigações mal começaram. Os próximos passos buscam respostas para uma série de fatos que colaboraram para que essa tragédia acontecesse. Veja alguns pontos nos quais as investigações deverão concentrar-se: 
 
1. A maioria dos relatos indica que as chamas teriam começado após o uso de sinalizadores durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, porém será investigado se elas foram provenientes de um sinalizador de mão ou de um lançador de pequenas faíscas (conhecido como sputnik) fixado no chão.
 
2. A boate estava com o Plano de Prevenção e Controle de Incêndios vencido, por isso será averiguado se os trâmites da renovação do plano estavam dentro do prazo normal e se a casa tinha os requisitos mínimos de segurança para funcionar.
 
3. Será analisado se as dimensões da porta de acesso principal permitiam o funcionamento da casa sem saídas de emergência.
 
4. Além de apurar o número aproximado de pessoas, a polícia deve solicitar ao Corpo de Bombeiros cópia do alvará onde está previsto a ocupação máxima de pessoas dentro da Kiss.
 
5. Relatos indicam que o local ficou às escuras logo que o fogo começou, por isso a investigação verificará que tipo de iluminação de emergência havia, a quantidade e se estavam distribuídas corretamente.
 
6. Conforme o que disse um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, funcionários entraram em desespero e não conseguiram auxiliar no combate ao fogo. Será analisado se os funcionários da casa noturna passaram por treinamento específico de brigada de incêndio.
 
7. A polícia investigará por que as pessoas viram as janelas dos banheiros como ponto de fuga. Acredita-se que problemas na sinalização levaram as vítimas a crer que as portas dos banheiros dariam para fora do prédio.
 
8. De acordo com testemunhas, o fogo se alastrou pelo teto a partir do revestimento acústico usado na casa noturna. As investigações dirão se foi empregado no local um material inadequado.
 
9. Com base em depoimentos, a polícia deve apurar, além da eventual responsabilidade dos funcionários, se estes receberam ordens para barrar clientes em caso de tumultos.
 
 
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