logo RCN

Redes inteligentes fortalecem opção por fontes renováveis de energia

Em palestra na Fiesc, pesquisadora do MIT defendeu modelo que leva informações para geradores, distribuidores e consumidores.

 Desejo de consumo de todas nações do mundo, as fontes renováveis de energia apresentam três fortes limitações: intermitências, incertezas e geração distribuída geograficamente, quase sempre, distantes dos centros de consumo. Em palestra na Federação das Indústrias (Fiesc), nesta segunda-feira (28) a engenheira eletricista Anuradha Annaswamy, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), defendeu o uso de redes inteligentes - smart grids - para minimizar os problemas da inclusão dessas fontes na matriz energética. O sistema ideal, defendido pela pesquisadora, prevê respostas de demanda, consumo e tarifas flexíveis, usinas de ciclo combinado e sistemas de armazenamento e monitoramento, ou seja, um modelo de troca de informações e tomada de decisões que envolve empresas geradoras e distribuidoras e os consumidores. "São muitos desafios tecnológicos, com custos elevados e que exigem regulamentação com horizontes de curto a longo prazo", afirmou a pesquisadora, indiana de nascimento.

 

Anuradha Annaswamy citou um exemplo da Dinamarca como um caso avançado de smart grid. Durante duas semanas, o país utilizou apenas energia renovável, um consumo que foi amparado com o uso de diversos recursos, como o consumo flexível, armazenamento e produção em ciclos combinados e monitoramento da demanda.

 

Rede SENAI

 

A visita da pesquisadora está associada ao apoio do MIT à instalação da Rede SENAI/SC de Inovação e de Tecnologia. Dos dez institutos que estão sendo implantados no Estado, pelo menos três podem desenvolver projetos associados aos conceitos de smart grids: de Automação e TIC (inaugurado na ultima sexta-feira, em Florianópolis) de Sistemas Embarcados (a ser instalado também na Capital) e o de eletroeletrônica (em implantação em Jaraguá do Sul). O Instituto de Eletroeletrônica já desenvolve alguns projetos de conversores utilizados para energia solar e eólica e de tração elétrica, que também podem ser usados como armazenadores de energia e podem injetar energia na rede. Anuradha Annaswamy visitou os institutos e algumas empresas do Estado.

 

O tema preocupa a indústria catarinense. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, salientou que o "desenvolvimento do Estado passa pela disponibilidade de energia". Ele destacou a necessidade da ampliação da oferta de energia elétrica, de gás natural e de outras fontes não tradicionais. Salientou ainda que investimentos em expansão, modernização ou instalação de empresas deixam de ser feitos por falta do insumo. Citou ainda as oscilações no fornecimento enfrentadas pelo Oeste catarinense.

 

O modelo defendido pela pesquisadora envolve o resgate de informações sobre consumo e demanda e seu processamento para tomada de decisões. Pode implicar, por exemplo, na variação de preços da tarifa durante diferentes períodos, de maneira a incentivar o consumidor a utilizar equipamentos em horários alternativos. Também leva em consideração os "prossumidores" (consumidores que também produzem e vendem energia elétrica).

 

Brasil

 

O caso dinamarquês continua sendo apenas um exemplo, pois o problema está presente em todo o mundo, inclusive no Brasil, avalia Anuradha Annaswamy. "O desafio que o Brasil enfrenta não é só dele. Muitos países lidam com questões semelhantes. O Japão tenta substituir sua energia nuclear por fontes renováveis, tarefa que não é fácil. Os Estados Unidos precisam incluir fontes renováveis numa matriz baseada em gás natural e petróleo. O Brasil tem que lidar com as incertezas da energia hidrelétrica e como substituí-la por fontes que sejam confiáveis e acessíveis", afirmou.

Anterior

Faesc entrega propostas para candidatos ao governo do Estado

Próximo

Praça 15, em Florianópolis, recebe celebração do Dia da Imprensa Catarinense

Deixe seu comentário