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SACOLAS PLÁSTICAS

 O prezado leitor acha que acabar com as sacolas plásticas auxilia no combate à poluição ambiental ou tudo não passa de uma conspiração dos grandes conglomerados comerciais? Em nosso país, cálculos apontam para uma produção anual entre 12 e 18 bilhões de sacolas destinadas ao comércio, com destaque especial para os supermercados. 

Enquanto o planeta discute o mesmo assunto com leis rigorosas – multas pesadas e até prisão para comerciantes, o Brasil apenas inicia uma luta contra o que faz parte do comportamento dos consumidores – a exigência de uma sacola para levar a sua compra. Em São Paulo e Belo Horizonte, as sacolas plásticas já estão proibidas. Na capital mineira, desde abril do ano passado; e na capital paulista, a medida passou a valer no início do mês passado. A reutilização das sacolas plásticas se incorporou de tal forma em nossos hábitos de consumo que também retrata a nossa má educação no trato diário que damos ao lixo doméstico.
Basta que se veja um dia de chuva e ventos em qualquer cidade e lá estão elas, as sacolas plásticas, colorindo nosso subdesenvolvimento cultural e nosso desprezo por uma vida em sociedade com regras e comportamento civilizado. As sacolas plásticas estão nos nossos esgotos, nas bocas-de-lobo, nos riachos, nas cercas de arame, presas como bandeirolas ao vento. Precisamos acabar com as sacolas plásticas para iniciarmos um novo ciclo em nossos hábitos de consumo. 
Quem vai ao supermercado com listas de compras é porque se programou para consumir; logo, junto deve levar sua sacola. É assim na Alemanha, nos EUA, na África do Sul, na Austrália, porque não no Brasil? Lojas e supermercados em quase todos os países só tem sacolas biodegradáveis que são vendidas a quem deseja carregar suas compras, cumprindo legislação rigorosa sobre o assunto. Mas se o Brasil quiser um exemplo que se encaixe com perfeição aos nossos hábitos, basta copiar a legislação de Bangladesh. As sacolas plásticas foram proibidas depois que as enchentes de 1988 e 1998 alagaram dois terços do país com o entupimento do sistema de drenagem e do escoamento pluvial por culpa do lixo e das tais sacolas. Pode ter algo mais semelhante quando olhamos os arroios de nossas cidades quando lá estão sofás, fogões, pneus e sacolas plásticas depois de uma enxurrada?
 
Referência:
MENDELSKI, Rogério. Sacolas plásticas. Correio doPovo. Porto Alegre, 11 de março de 2012.
 
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