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Será que vai ter transporte hoje?

Os universitários de Anita Garibaldi, que estudam na cidade de Lages, não sabem bem ao certo até quando situações financeiras problemáticas servirão como um freio nos ônibus

 Como o ensino técnico e superior na cidade ainda não têm tanta variedade de cursos, ficando geralmente entre licenciaturas e técnicos úteis para a área administrativa, a saída foi investir num transporte universitário para que os jovens anitenses não precisassem sair de casa durante os estudos.

 
“A situação do transporte universitário encontra-se fragilizada, tendo em vista que os acadêmicos não tem mais tranquilidade ao sair de casa, pois tem sido frequente a preocupação ‘hoje vai, hoje não vai’. Parece simples dizer que não é responsabilidade da prefeitura o transporte, como se não fosse de suma importância primar pela educação seja qual for o nível”, disse a acadêmica Marilene Zampieri, usuária do transporte universitário.
Ela, assim como a muitos acadêmicos, está indignada com a questão, principalmente depois que a administração municipal decretou situação de emergência nas finanças e não pôde mais repassar os oito mil reais mensais de auxílio financeiro à ASSUAG (Associação dos Universitários de Anita Garibaldi).
De acordo com Valmor Dutra, secretário de finanças de Anita, esta semana a parcela correspondente ao mês de maio será repassada. “A prefeitura está passando por dificuldades financeiras, por isso não conseguimos pagar R$ 24 mil referentes ao acúmulo dos meses de maio, junho e julho. Porém, continuaremos a quitar uma parcela por mês até o mês de outubro, quando esperamos que a receita volte ao normal. A partir daí pagaremos duas parcelas por mês até acabar com a dívida”, disse Valmor.
Geralmente, quando se fala na falta de pagamento dos ônibus, o que se imagina é que a prefeitura é a principal culpada, mas é inegável o fato de que a soma das mensalidades dos usuários cobrem mais do que a metade do pagamento do transporte. Ou seja, pelo menos um ônibus sempre estaria garantido... Estaria, mas não está, uma vez que a ASSUAG também tem encarado outras dificuldades para conseguir o dinheiro do repasse.
De acordo com a empresa Waltricktur, responsável pelo transporte, a prefeitura repassa o auxílio financeiro à associação, a qual por sua vez é a responsável por efetuar o pagamento dos ônibus. Jonas Jackson Waltrick, dono da empresa, diz que os pagamentos são efetuados após a prestação do serviço. “Os alunos pensam que eles têm no mínimo um ônibus garantido, mas na verdade não têm, porque estamos quase na metade de agosto e ainda não foi recebido nada referente a julho”, disse Jackson.
Janyne Chaves da Silva, presidente da associação dos universitários, diz que não há dinheiro em caixa para cobrir o que não é repassado pela administração pública. De acordo com ela, no mês de junho, além de não receber o auxílio da prefeitura, a ASSUAG também não recebeu aproximadamente quatro mil reais por causa da inadimplência de alguns estudantes associados, o que resultou numa dívida de R$12 mil, mais da metade do valor total do repasse mensal à empresa estabelecido em contrato, que é de R$21 mil. “Estamos esperando o dinheiro entrar na conta para que os cheques possam ser descontados e as contas comecem a ficar em dia”, disse Janyne, alegando ainda que o problema da inadimplência foi resolvido e que os usuários do transporte universitário passaram a pagar corretamente, mas que infelizmente o dinheiro ainda não cobre os valores do mês anterior.
Na teoria a questão é simples de ser resolvida: cada um paga em dia suas dívidas e todos saem felizes. O problema da falta de recursos financeiros da prefeitura não é de hoje, e caso não chova a receita municipal vai diminuir com a queda nas compensações financeiras das UHEs, como é alegado pela administração de Anita Garibaldi. Por isso, qualquer um que dependa de verba pública tem de estar ciente de que é bom ter reservas de dinheiro e, como no caso da ASSUAG, manter o nível de inadimplência zerado. Educação financeira pode não solucionar todos os problemas, mas é um caminho para facilitar as negociações.
 
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