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NATAL

João Maria

Nestes dias, a sociedade de consumo promete a vinda do Papai Noel com seus presentes, comprados na loja mais próxima. Os cristãos preparam o Natal como memória do nascimento de Jesus de Nazaré e ação de graças pelo fato de que, através deste ser humano igual a nós. Deus se revelou presente e atuante no mundo. Jesus mostrou que a presença e ação divinas se espalham por toda a humanidade e até pelo universo, independentemente de sermos cristãos, budistas, muçulmanos crentes do candomblé ou ateus.

As vitrines e as propagandas no rádio e na tv não deixam dúvida: é Natal. A veia comercial da data parece inesgotável. Haja papai noel nas lojas, panfletos, impressos e musiquinhas. É um tempo agitado. Para pais sem condições de comprar o que os filhos desejam o natal pode ser sofrido. Entretanto toda essa exploração publicitária não teria sucesso se não correspondesse a outro tipo de apelo. Os ritos de receber e dar presentes, enfeitar salas, armar árvores de Natal e preparar ceias manifestam uma sede que toda pessoa tem de encontro afetuoso e de viver a partilha que nossos ancestrais cultivavam em sociedades mais comunitárias e menos escrava do dinheiro e do tempo produtivo. Há uma espécie de "nostalgia do ninho" e carência de acolhida que a festa de Natal, mesmo privada de espírito religioso mais explícito, nos faz viver.

"Para encontrar a Deus, é preciso encontrar o ser humano". Em cada pessoa, há uma dimensão divina. Para além do frenesi das compras e do consumo, o Natal, mesmo em sua dimensão profana de festejo coletivo, enseja a ocasião de vivermos um encontro com as outras pessoas.

Na etimologia da palavra natal vamos encontrar a mesma raiz da palavra natureza. Ambas vêm do termo latino natus, que significa tempo de renascer, Tempo para lembrar o eterno renascer da natureza com motivação para um permanente renascer interior.

Jesus, para os cristãos, marca o início de uma nova era de amor e de graça.

"Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância", pregou o Mestre dos mestres.

Nunca esqueçamos do maior mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei."

João Maria da Silva.

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