Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
Qual sua opinião sobre a reforma ortográfica?
Anita Garibaldi
De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 1º de janeiro de 2009, passamos a conviver com as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa. No Brasil, o chamado "período de transição" vai até 2012. Até lá valem as duas formas de escrever. Em Portugal, que também aprovaram o acordo ortográfico, adotarão as regras até 2014. Além de Brasil e Portugal, também Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste seguirão as novas regras com a ideia de unificar os oito países que tem como a língua oficial o português. O Ministério da Educação (MEC), sabendo do quanto se faz necessário investir na melhoria e qualidade de ensino do país, é o maior conhecedor que a mudança ortográfica não contribuiu para a aprendizagem, transformação, conhecimento e incentivo para educador e educando. Aprender é transformar o conhecimento em vida. Aprender e ensinar é nossa obrigação, a obrigação de investir e fiscalizar a aplicação dos recursos educacionais é do governo. Será que isto, realmente acontece? Segundo o psicólogo Howard Gardner, os profissionais de educação, precisam conhecer e desenvolver as capacidades que fazem a diferença em sua carreira. Cinco mentes para o futuro: 1) Mente Disciplinada O domínio das principais escolas do pensamento. 2) Mente Sintetizadora A capacidade de integrar idéias de diferentes disciplinas ou esferas em um todo cociente e transformar essa integração para as outras pessoas. 3) Mente Criadora A capacidade de revelar e resolver novos problemas e questões. 4) Mente Respeitosa. A consciência de compreensão das diferenças entre os seres humanos. 5) Mente Ética O cumprimento das próprias responsabilidades como trabalhador, o cidadão principalmente atuando na sua área de formação profissional. Sendo um profissional em educação devo adaptar-me às novas mudanças; é lógico que a mudança ortográfica deve gerar confusão na maioria dos setores da sociedade. A escola é o alvo principal, o educando e o educador aprendendo juntos. As editoras de livros são as que mais estão sofrendo com a preparação para as novas edições de livros didáticos, dicionários e parâmetros curriculares, devido as novas regras. O sofrimento das editoras será enorme principalmente no aumento dos cofres. Esperamos que não tenham formado nenhum "acordo" com os novos lucros. Você, já parou para pensar para onde irão todos os livros, dicionários e outros materiais didáticos velhos: Com certeza reciclar. Quantos livros didáticos e dicionários o Governo irá distribuir gratuitamente à todos os alunos do Ensino Fundamental do País? Com a reforma, o alfabeto brasileiro vai ganhar três novas letras, K, W e Y. Além disso o acento agudo desaparecera dos ditongos abertos "éi" e "ói", das palavras paroxítonas, como idéia e jibóia. Outra mudança é com relação o trema, que deixa de existir no português do Brasil. Exemplo: lingüiça passa a ser linguiça. Tomara que não tenha linguiça com o governo e as editoras. O hífen também cai de palavras como auto- estima, auto-ajuda e muitas outras. O importante para um profissional em educação é um ambiente de trabalho criativo e dotado de possibilidades pedagógicas. Estamos inseridos no processo ensino aprendizagem e conscientemente podemos afirmar que uma educação com qualidade, não irá apresentar melhorias como mudança ortográfica no País. No entanto, vale lembrar que o que muda é a forma de escrever as palavras. A fala continua a mesma, mesmo sem o hífen ou o trema. Rosane de Fátima Rodrigues Administradora Escolar Rede Municipal.
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