'O alcoolismo é uma doença que não tem cura, mas que tem tratamento'

Há um ano o Grupo de Apoio Recomeço iniciou as atividades no município de Anita Garibaldi. Voltado a dependentes alcóolicos e familiares, o projeto é desenvolvido pela equipe do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) e ESF (Estratégia Saúde da Família) da Unidade Básica de Saúde de Anita Garibaldi, o qual realiza encontros todas as segundas - feiras na Unidade de Saúde central.
Participam do grupo aproximadamente 10 pessoas além dos familiares, que contam com o acompanhamento de assistente social e psicóloga. De acordo com a assistente social Vanusa Borges, a maioria das pessoas que continuam no grupo são aquelas que já realizaram tratamento, que ficaram internados e agora buscam continuar o acompanhamento. 
O grupo segue os princípios do AA - Alcoólicos Anônimos e a história de vida de cada um do grupo, compartilhada se torna exemplo aos demais participantes, como é o caso de Claudir Domingos da Luz, de 48 anos, que com a superação e a força de vontade há quase dois anos deixou de beber. Ele conta que iniciou tomando cachaça aos 20 anos de idade e que bebia todos os dias e se considerava um alcoólatra. Apesar do vício da bebida, ele conseguiu criar os filhos, que trabalhava e que a esposa pedia para parar, mas não adiantava. "Era muito sofrido e por último eu não conseguia mais trabalhar, foi então que decidi que tinha que parar. Vim no hospital e pedi ajuda, eles receitaram medicamentos e desde então eu nunca mais coloquei uma gota de bebida na boca. As pessoas podem beber na minha frente que eu não sinto vontade", comentou o homem destacando que sua vida mudou muito, 100%. "Agora tenho saúde, o dinheiro sobra e posso dizer que nasci de novo. Me sinto orgulhoso por conseguir e minha vida melhorou muito". Claudir, que é morador da Capela São Paulo interior do município de Anita Garibaldi é a prova de que é possível mudar, tendo força de vontade e determinação. Para ele  o grupo é muito importante, animado. "As horas passam e a gente nem vê e para aquelas pessoas que assim como eu enfrentaram a dor da bebida, acreditem que é possível mudar, pois beber é muito feio, fica ruim para você e para sua família e para parar, basta querer", finalizou.
Os encontros não têm necessariamente um direcionamento para temas específicos, as pessoas falam livremente, estabelecem interações umas com as outras e partilham experiências comuns.
Para participar do grupo, a pessoa deve procurar os profissionais na Unidade Básica de Saúde e fazer o cadastro. Se você conhece algum dependente e a família do mesmo, fale sobre o Projeto Recomeço. Ajude mais pessoas a ficar longe do vício do álcool.