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Medula Óssea

Entrevista com a Dra. Grazielle Arruda Alves

 A entrevista desta edição é voltada diretamente à saúde, prevenção e esclarecimentos sobre o transplante de medula óssea. Para explicar a você leitor os detalhes e o passo a passo para a doação de medula e a sua importância, entrevistamos a clínica geral Dra. Grazielle Arruda Alves. Ela tem 26 anos, atua em Anita Garibaldi há um ano, é natural de Lages e cursou medicina na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Conheçamos agora um pouco sobre medula óssea:  

 
 
Correio dos Lagos - Para iniciarmos nossa conversa, o que é leucemia e qual a função da medula óssea no organismo humano? 

Dra. Grazielle - A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos nossos ossos. Na medula óssea são produzidos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, os quais compõem o sangue. São importantes para a defesa do nosso organismo, fazendo o combate e controle de infecções. 
Leucemia, é um tipo de câncer que compromete os glóbulos brancos (leucócitos).
 
Correio dos Lagos - O que é e qual a importância do transplante de medula óssea?

Dra. Grazielle - É um tratamento para alguns tipos de doenças que afetam o tecido sanguíneo, como leucemias, linfomas, anemias graves, mieloma múltiplo, etc. 
No transplante ocorre uma substituição da medula óssea doente por uma saudável. Cada tipo de doença exige um tipo de transplante, que poderá ser do próprio paciente ou quando a medula vem de um doador/cordão umbilical.
 
Correio dos Lagos - Quais as condições para ser um doador?

Dra. Grazielle - Os critérios são: ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante). Uma vez no cadastro, poderá ser chamado, se compatível com algum paciente.
 
Correio dos Lagos - Como o doador saberá se é compatível com algum paciente?

Dra. Grazielle - Os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante. 
 
Correio dos Lagos - É possível que um doador doe mais do que uma vez?

Dra. Grazielle - A doação dos componentes do sangue (o método mais comum) pode ser feita várias vezes, por qualquer pessoa. No caso do transplante de medula óssea, é somente uma vez, visto que uma vez feita à doação, o sangue e os dados sanguíneos dos doadores ficam armazenados em um banco de dados, desta maneira quando uma pessoa compatível for localizada o doador é chamado para realizar o procedimento de coleta de medula óssea.
 
Correio dos Lagos - Quem doa sabe para quem doou? 

Dra. Grazielle - Quando a doação é voluntária o doador entra em um banco de dados e é chamado quando for compatível com algum paciente. O doador só vai saber para quem doou se essa pessoa for uma familiar e esse foi o motivo da doação do sangue.
 
Correio dos Lagos - Como é feita a coleta do sangue para teste de medula óssea?

Dra. Grazielle - É retirado uma pequena quantidade de sangue, cerca de 10ml, e preenchida uma ficha com informações pessoais. Será feito um exame de sangue coletado, exame de histocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas, que podem influenciar no transplante.
 Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação. 
 
Correio dos Lagos - Como é realizado o processo de transplante? 

Dra. Grazielle - É feito uma punção (espécie de agulha) e retirada à medula óssea do interior de ossos da bacia, procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas.
 
Correio dos Lagos - Quais os riscos para quem doa? 

Dra. Grazielle - É necessário avaliação pré-operatória que verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador. Sintomas que podem ocorrer após a doação - dor local, dor de cabeça - são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos.
 
Correio dos Lagos - Quais os riscos para quem recebe a doação?

Dra. Grazielle - Depende de vários fatores: o estágio da doença, o estado geral do paciente, além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e rejeição do transplante (corpo não aceita, reconhece como células estranhas).

Correio dos Lagos - O que fazer quando não há um doador compatível?

Dra. Grazielle - Quando não há um doador que seja parente, a solução para o transplante de medula é fazer uma busca no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. 
 
Correio dos Lagos - O que a população pode fazer para ajudar os pacientes?

Dra. Grazielle - Todos podem ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa e se cadastrar como doador voluntário de medula óssea.
 
Correio dos Lagos - Uma frase para refletir?
Dra. Grazielle - Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. 
O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue e do sistema imune.
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