As doenças relativas à exposição excessiva ao sol podem ser evitadas com alguns cuidados
Verão e sol, praia, família e amigos, férias e diversão. Na cultura do brasileiro essas são as combinações perfeitas, e o verão é considerado a melhor época para descansar e curtir a vida. É por isso que as praias, parques aquáticos e qualquer meio com água e sol são tão procurados nessa temporada, afinal o sol parece até estar mais quente.
O termo mais quente está se tornando comum nos últimos tempos, desde que se começou a falar em aquecimento global e suas consequências. Todavia, a temperatura não aumentou, mas a intensidade e a agressividade dos raios solares estão mais fortes. Por isso as deliciosas combinações da estação mais quente do ano exigem uma atenção especial.
Com a chegada do verão as pessoas ficam mais expostas aos raios solares, ainda que estejam realizando as atividades corriqueiras. É preciso ficar atento aos perigos e fazer uso de protetor solar constantemente. Os raios ultravioletas entram no planeta Terra de forma cada vez mais agressiva, devido aos danos na camada de ozônio, que contorna o planeta e tem função de filtro absorvedor. Esses raios provocam vermelhidão, queimaduras solares, envelhecimento precoce e câncer de pele.
Existem certas doenças que podem ser consideradas as doenças do verão. A combinação praia, areia, piscina e pele são ideais para enfermidades, como micoses, brotoejas e acnes solares.
Por ser o maior órgão do corpo humano e proteger o organismo como um todo, a pele precisa de muito cuidado, caso contrário pode apresentar complicações.
Entre as doenças citadas acima o Câncer de Pele é o mais grave, atingindo a camada mais profunda da pele, a derme, que é composta por queratina, células imunitárias e melanócitos. E o grande vilão desses fatores é o excesso de exposição ao sol.
Uma doença, muitos cuidados: Câncer de Pele
Descobrir ser um portador de câncer não é uma notícia nada agradável, porém apesar da instabilidade dos primeiros momentos do diagnóstico saber que existem diversos níveis de tratamento ajuda a amenizar a situação, ressaltando que quase todos os tipos de cânceres quando detectados precocemente tem alto percentual de cura ou boa estabilidade de uma vida normal.
Assim é o dia-a-dia do agricultor Antonio Osvaldino Menegazzo, 53 anos, que há quatorze anos teve o diagnóstico do câncer de pele. Apesar dos cuidados redobrados com constantes consultas médicas e dos tratamentos ao aparecimento de novas manchas da doença, ele tem uma vida normal, incluindo as atividades do campo.
Osvaldino, como é popularmente conhecido, é casado, tem três filhos e mora na comunidade do Santo Anjo, no interior de Anita Garibaldi, onde trabalha com a produção de leite e demais afazeres da agricultura.
Segundo ele, o primeiro desconforto era quando ele fazia a barba e a pele apresentava ardume e irritação, logo após outro sintoma mais evidente se apresentou na área superior da orelha esquerda. “Aquilo tinha a aparência de um ‘cravinho’, e eu achava que fosse por conta do chapéu que raspava a orelha. Nem imaginava que seria um câncer”, comentou. Porém na medida em que os dias passavam o aparente “cravinho” foi crescendo, causando preocupação ao agricultor, que procurou ajuda médica. “Primeiro fui num médico clínico geral, e passei alguns remédios, mas depois de algum tempo devido a complicação fui encaminhado para um médico especialista em Lages”, disse.
Logo, foi constatado que se tratava de um câncer, e de imediato Osvaldino foi submetido à cirurgia da lesão. Depois disso, durante os quatorze anos da doença, ele já foi submetido a outras cirurgias em alguns pontos do corpo, como as costas, o braço, e principalmente o rosto.
Em alguns casos não foi necessária efetivas cirurgias, apenas cauterizações feitas a base de nitrogênio que destroem as células cancerígenas ou o uso de pomadas, dependendo do estágio da lesão.
De acordo com dados do portal da Saúde e Medicina o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum e representa mais da metade dos diagnósticos da doença - no Brasil, são mais de 120 mil casos novos por ano.
Existem três tipos: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma, esse último é o tipo mais agressivo do câncer de pele. Os dois primeiros representam 95% do total dos casos, porém o melanoma é o mais perigoso e com maior risco de morte já que pode causar metástase.
Osvaldino é portador do tipo Carcinona Basocelular que representa 75% dos casos e pode surgir em qualquer idade já que é provocado pela exposição ao sol. O agricultor realiza o tratamento no município de Lages. Boa parte dos gastos com a doença são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e outros custos têm de ser particulares.
Quando perguntado sobre os motivos que o levaram a adquirir a doença, o agricultor foi direto: “Antes de saber que tinha câncer de pele eu nunca me cuidei, não dava a mínima importância para protetor ou ao sol forte”, disse Osvaldino. A função do protetor solar é absorver os raios ultravioletas e proteger dos efeitos nocivos que essa radiação causa na pele. Outro fator que influencia o aparecimento da doença é a genética, e Osvaldino destaca que depois dele mais familiares apresentaram a mesma doença.
Desde o ano 2000, protetor solar, roupas compridas e chapéu passaram a ser os companheiros inseparáveis do agricultor. “Trabalho normalmente na roça, mas mudei os horários, antes eu ia trabalhar no sol forte, hoje não mais”, destacou.
Diante da experiência ele lembra: “Hoje em dia as pessoas são informadas sobre essa doença, os meios de comunicação fazem todos ficarem sabendo dos perigos. Por isso tem que ficar atento se apresentar alguma coisa de diferente na pele, e caprichar no tratamento acreditando em ficar bom, porque recurso existe. A família também é muito importante nessa hora”, finalizou Osvaldino.
Entre as pessoas que correm mais risco de ter a doença, estão as de pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos ruivos ou loiros e as que têm casos na família. Devem ter um cuidado especial as pessoas que tem muitas pintas no corpo e que tiveram queimaduras solares antes dos quinze anos de idade. Há ainda o risco de surgir uma pinta no pé, que pode ser um sinal de melanoma, especialmente para quem tem a pele negra. Outro período que pode aumentar o risco é a gravidez, acredita-se por causa da ação dos hormônios. Nessa fase, as pintas mudam por causa do estiramento da pele e começam a apresentar outra forma e uma cor mais escura. Por isso, mulheres que têm muitas pintas devem procurar um dermatologista antes de engravidar para que o médico faça um acompanhamento durante a gestação.
Apesar desses fatores que propiciam ao aparecimento do Câncer de Pele, o principal é a exposição excessiva ao sol, aliada a não uso do protetor solar. O horário mais seguro para pegar sol é pela manhã até às 9 horas, e ao final da tarde, após as 16 horas. Mas não esqueça, para conseguir “pegar sol” sem correr riscos recomenda-se passar uma boa quantidade de filtro solar em todo o corpo, inclusive nas orelhas, mãos e pés, trinta minutos antes da exposição solar.
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