Na definição do dicionário Aurélio, esporte é um conjunto de exercícios físicos praticados com método, individualmente ou em equipes. Também pode ser entretenimento e prazer. Na prática, muita gente vê o desporto como martírio e obrigação e passa longe de conseguir tornar o hábito do movimento uma rotina prazerosa.
Desculpas das mais variadas naturezas surgem para justificar o sedentarismo: “não tenho tempo”, “machuquei o joelho”, “tenho asma”, “moro longe”, “é caro” ou, no caso dos mais honestos, “tenho preguiça”. Como a atividade física é indicada para prevenção de doenças cardiovasculares (principal causa de doenças no mundo), quem pratica pelo menos duas horas por semana sabe que está investindo no futuro. Em geral, alheios ao mundo da endorfina, os sedentários carregam uma espécie de culpa secreta e têm, no caderninho de metas de Ano-Novo, o plano de incorporar uma prática esportiva.
Preço, distância, tipo de exercício, praticidade são alguns dos fatores que pesam na hora de dar o pontapé inicial. Não há segredo nem atividade inicial, apenas uma regra: faça algo que goste.
- O mais importante é que as pessoas mexam o corpo e procurem uma atividade na qual tenham prazer. Com isso, as chances de adesão são muito maiores – explica a coach em qualidade de vida Carla Lubisco, ao explicar que o exercício é o gatilho para estimular a adoção de novos comportamentos saudáveis, como alimentação balanceada, gerenciamento do estresse e qualidade do sono.
Para começar, a maior dificuldade é abrir mão do conforto e descanso para fazer algo fisicamente desgastante, diz o professor de Educação Física Álvaro Reischak de Oliveira. Até que o exercício se torne um vício, leva meses. Quem acha que vai sorrir com a sensação de cansaço após subir uma ladeira de bicicleta na primeira pedalada, deve tirar o cavalinho da chuva: o benefício só vem com a continuidade, alerta o professor.
- Costumo dizer que quem compra a esteira para sua casa compra o cabide mais caro do mundo, pois a pessoa investe em algo que poderia ser legal, mas acaba deixando de lado e ela vira porta-entulhos.
Para driblar os autoboicotes que o cérebro precisa quando é desafiado a sair da inércia, é preciso doses de persistência, determinação e novos estímulos. É por isso que as academias inventam novas modalidades a cada semestre. Os professores de colégio alternam com competições entre os estudantes. E os personal trainers levam seus alunos para locais diferentes. Tudo porque o ser humano precisa de variação de estímulos para se sentir motivado.
- Quem não tem tempo para tratar da saúde hoje, amanhã vai que encontrar tempo para tratar da doença – adverte Oliveira.
“Nada é para sempre, nem mesmo os nossos problemas”. (Charlie Chaplin)
Referência:
ELI, Lara. Xô, sedentarismo. Diário Catarinense. Florianópolis, 15 de junho de 2013.
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