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AMIZADE - Parte 2

João Maria

Quando se fala em "grande amigo", Roth se refere a alguém com quem realmente se possa contar. É aquela pessoa para quem se pode telefonar e perguntar: "O que você faria nessa situação?" E que, com certeza, vai responder com sinceridade, mesmo que a opinião desagrade ao interlocutor. Essa ligação cria uma aura de segurança essencial para suportar as pressões profissionais. O amigo pode até desconhecer detalhes da vida íntima do outro, mas é um porto seguro para enfrentar intempéries da carreira.

Foi Santo Agostinho que disse ser a amizade "tão verdadeira e tão vital que nada mais santo e vantajoso se pode desejar no mundo". O fato é que a história, tanto n a ficção como na vida real, está repleta de exemplos famosos ilustrando diversos aspectos da amizade. Relações firmes e constantes reafirmam a máxima de que o poder da amizade é capaz de superar dificuldades e aprimorar a vida pessoal de cada um.

Nos últimos anos, houve uma visível mudança em relação aos laços amistosos. Especialistas afirmam que a amizade passa por uma tremenda crise de identidade. No passado, a diversão se dava na companhia da família em aniversários, casamentos, festas de Natal e almoços de domingo. Hoje, os parentes têm seus próprios problemas e os casamentos já não duram tanto tempo. O afeto dos amigos se tornou uma espécie de refúgio. Assim, ampliou-se o conceito de amizade. Amigos para se divertir, para fazer coisas juntos, trocar experiências e conselhos, sem que haja um pacto de sangue envolvido, tornou-se algo extremamente desejável. "Eles são importantes porque funcionam como uma válvula de escape. Lidar com coisas profundas o tempo todo é pesado demais. É ótimo ter alguém para pedir conselhos".

Ter bons amigos pode prolongar a vida, afirma um estudo realizado por um centro de pesquisas na Austrália. Uma pesquisa realizada na Suécia revelou que quem possui amigos tem mais chance de sobreviver às doenças de alto risco, conta com um sistema imunológico com mais capacidade de regeneração, melhora a saúde mental e vive mais do que as pessoas em esse tipo de apoio social.

João Maria da Silva

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