Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
AMIZADE - Parte 3
João Maria
F
oi demonstrado pelo húngaro Fereuc Molnár que o caráter do homem se revela em horas extremas, e é nesses momentos que se conhecem os verdadeiros amigos.As pesquisas mostram que, ao longo da vida, colecionam-se 400 amigos, mas mantém contato com menos de 10% deles. Em média, vive-se rodeado por trinta pessoas. Dessas, apenas seis são tidas como verdadeiras amigas. Adultos passam menos de 10% do tempo com os amigos. Crianças e adolescentes, cerca de um terço. Para a criança, os amigos de rua, do colégio ou do bairro são tão fundamentais na formação do caráter quanto a escola ou a família. Eles funcionam como um ponto de referência importante quando se está formulando uma maneira própria de ver o mundo ou de enfrentar situações novas.
Para Rosely Sayão, toda criança ou adolescente chegam a uma fase em que é preciso se libertar um pouco da influência direta dos pais e estabelecer diálogos com seus pares. Nesse período de busca pela autonomia, os amigos passam a ser o principal ponto de apoio. Jovens costumam viver em grupos, compartilhar penteados , opiniões ou a maneira de se vestir. Em qualquer idade, a amizade é tida como coisa seriíssima.
O isolamento pode ter conseqüências terríveis para a saúde física e mental. Está provado que ter a companhia de amigos reduz drasticamente o risco de depressão, ansiedade, estresse e mesmo os sintomas degenerativos de doenças graves como Alzheimer. As pesquisas são explícitas ao mostrar como essas pessoas, sobretudo as mais velhas, se recuperam melhor das lesões, ficam menos doentes e até vivem mais do que as solitárias.
O círculo social eleva a auto-estima, melhora o bem-estar e reforça os mecanismos de defesa em tempos difíceis. Em seguidos experimentos científicos, a presença de um amigo ao lado do voluntário diminuía o estresse psicológico na hora de resolver questões que requeriam maior habilidade mental.
Para as mulheres, os efeitos da amizade parecem ainda mais visíveis. Mulheres costumam valorizá-la mais e ter mais amigas do que os homens. Segundo pesquisa, elas cultivam, em média, cinqüenta grandes amigos, homens quatro. A cada estudo foi sendo demonstrado que os laços emocionais que existem entre as mulheres que são amigas reais e leais contribuem para reduzir os riscos de enfermidades ao baixar a pressão arterial e o colesterol. Acredita-se que essa possa ser uma das razões pelos quais as mulheres vivem mais tempo do que os homens. Mulheres que confiam em suas amigas superam mais facilmente momentos difíceis, como a morte do cônjuge.
A medicina já constatou: quem tem amigos tem menos problemas cardíacos e o sistema imunológico mais eficiente.
Comparados com as mulheres os homens tem um amigo a menos.
"Amigo é algo para se guardar a sete chaves no lado esquerdo do peito".
"Diga-me com quem andas que dir-te-ei quem és".
João Maria da Silva
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