Lages recebe nesta semana mais uma edição do Programa Alesc Itinerante
CRIANÇA E INFÂNCIA
Por João Maria
Cadê a infância das crianças? No mês de outubro lembramos uma das datas mais importantes do calendário: o Dia das Crianças. E aqui cabe uma pergunta: o que nós adultos de fato estamos comemorando no dia dedicado a elas? Uma data que se espera que seja tão valorizada pela consciência de que as crianças um dia serão adultos que estarão comandando os rumos do mundo. Estarão estabelecendo novas relações entre os seres humanos, com a natureza. E depende de nós se as decisões irão afetar de forma positiva ou negativa a vida humana.
As crianças ainda não estão tendo sua infância valorizada. Desde os primórdios da civilização humana, pouco se fez por elas. No início tinham a infância negada, ou seja, eram tratadas como adultos em miniatura, desde a forma de se vestir, de se comportar e até para se apropriarem do conhecimento escolar.
Criança faz suas opções ? Com o passar do tempo, estudos feitos por pessoas comprometidas em conhecer o desenvolvimento humano na fase da infância comprovaram que a criança é um sujeito social, pois ela é capaz de protagonizar a sua própria história.
O educador italiano Franco Frabboni dá conta de nos levar a compreender bem a criança: \"(...) ela é séria, concentrada, empenhada em ampliar por si mesma seus próprios horizontes do conhecimento (através de uma constante atividade exploratória e interrogativa); (...) que possui grande voracidade \"cognitiva\" e saboreia uma descoberta após a outra, e que escolhe sozinha seus próprios itinerários formativos, suas linhas culturais, livre dos elos que impediam o seu crescimento; (...) sabe observar o mundo que a cerca; sabe perscrutar e sonhar com horizontes longínquos, (...) sai do mito e fábula porque sabe olhar e pensar com sua própria cabeça\".
O que oferecemos? A criança tem seus direitos institucionalizados, mas só isso não basta. São necessárias ações que dêem conta de garantir o cumprimento da legislação. Os gestores públicos precisam dar o devido tratamento para a função de cuidar/educar na Educação Infantil e que assegurem nova postura profissional daqueles que trabalham nestas instituições. Dois aspectos são primordiais: gostar muito de crianças e conhecer como o desenvolvimento se processa ao longo da vida. Assim saberemos respeitar a criança nos limites e possibilidades de cada fase do seu desenvolvimento.
Certamente o mundo será bem-aventurado quando souber tratar suas crianças, quando der a elas oportunidades para construir e ler a realidade, quando as famílias e a escola souberem compreender a importância da infância e tratá-la como tal. Nada mais comovente do que o sorriso da criança porque ele é espontâneo; nada mais doloroso do que um choro da criança porque ele é sincero; nada mais confortante do que o abraço da criança porque ele é puro. Comemoremos o Dia da Criança acreditando que ela pode nos fazer pessoas felizes e adultos melhores.
O Dia das Crianças é todos dias!
João Maria da Silva
Leocimara Laura de Faria em Jornal Mundo Jovem ? Ano 46 ? n. 391 ? outubro 2008 - p. 11
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