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EDUCAÇÃO ESPECIAL
Por João Maria
A educação especial surgiu para atender pessoas que, por não se enquadrarem nos padrões de normalidade estabelecida pela sociedade, viviam às margens do processo educacional e, por conseqüência, às margens da sociedade. Por isso mesmo, diz-se que ela nasceu num contexto de inclusão.
Trata-se de uma modalidade de ensino voltado para as pessoas que necessitam de métodos técnicas e recursos específicos para aprender. Se partirmos do sentido etimológico dos termos, podemos dizer que educação especial significa um processo de instrução, de civilização, de formação das faculdades intelectuais que conta com um jeito próprio, peculiar, excelente para ser realizado. Especial, nesse caso, é a forma de se conduzir o processo, ou seja, é um fazer pedagógico especial.
A educação especial surgiu no Brasil, bem como em outros países, num contexto de inclusão. Embora essa idéia possa parecer paradoxal, contraditória, a verdade é que, antes de surgirem escolas especiais, as pessoas com deficiência que não se enquadravam no contexto de ensino regular ficavam à margem da educação escolar.
Visões de deficiência ? É certo que, no decorrer da história, as visões com relação à educação especial foram sendo modificadas, aprimoradas, evoluindo de uma visão assistencialista para uma visão educacional. Trata-se de um processo, como acontece com outros fatos históricos.
Assim como evolui a visão com relação ao papel da educação especial, evoluíram também as terminologias que se referem aos educandos que dela necessitam. Temos como retardo mental, deficiente mental, pessoa portadora de necessidades especiais, pessoas com necessidade especial, com o tempo foram ganhando uma conotação um tanto perada, e foram sendo substituídas por outros que, ainda que sejam ilusóriamente, parecem ser mais sutis. O que quero dizer é que o peso que se dá aos termos não corresponde exatamente ao que eles querem dizer, mas à visão que a sociedade tem com relação às pessoas com deficiência.
Hoje, diante da discussão sobre a inclusão, há pontos de vista diferentes e divergentes sobre o cenário educacional. Há os que defendem, os que contestam, os que não sabem opinar. Mas é certo que a maioria dos educadores que se encontra em sala de aula, ainda defende que a educação especial é coisa para especialistas da área e que deve acontecer fora do contexto do ensino regular. Dizem que não estão preparados para ensinar tais alunos e que o número de pessoas em sala não favorece o atendimento que deve ser dado a eles. Enfim, esses são os principais argumentos apresentados por aqueles que, em nome da qualidade da educação, defendem que cada coisa dever estar em seu lugar. Alunos especiais em escolas especiais, alunos normais em escolas regulares. Há outros educadores que defendem que para que a inclusão aconteça, faz-se necessário a extinção das escolas especiais. Defendem uma educação para todos, com direitos e oportunidades iguais.
As pessoas com necessidade especiais vieram para testar nosso coração.
João Maria da Silva
Jornal Mundo Jovem ? Ano 46 ? n 388 ? julho ? 2008- p 2.
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