Consulado Feminino Gremista
NÃO ME REPRESENTA
A torcedora do Grêmio não se encontrava no setor reservado para a torcida adversária no Beira-Rio no Grenal desse sábado (20/7), mas, de modo nenhum, por maldade, e sim por confiar justamente na civilidade e segurança do Campeonato Brasileiro.
Torcedores colorados foram em cima dela arrancar a camiseta tricolor que ela brandia como uma bandeira. É um equívoco entender que ela provocou, apenas torcia, feliz. Mostrava o amor que tem pelo seu clube, num clássico que comemora 110 anos.
Ela não significava uma ameaça, encontrava-se sozinha naquele setor. Não incomodava ninguém. Talvez quisesse se exibir para o seu filho. Não se fingia de morta por estar no estádio do oponente, só isso. O que não é nenhum erro letal.
Sempre valorizamos e inspiramos a presença da família nos jogos. O vídeo que registra a gremista sendo humilhada por uma seguidora do Internacional, que tinha no pescoço o irônico cachecol com a palavra "Antifascista", demonstra que não evoluímos na paz do futebol.
Rivalidade não é truculência. Rivalidade não é ódio. Rivalidade não é extremismo. Rivalidade não é briga.
Ela foi passear com o seu menino no final de semana. Vamos respeitar as crianças com as suas mães. Temos a obrigação de defender os nossos pequenos.
Sou colorado, mas sou, antes de tudo, pai. E como diz um dos hinos do meu time: "Papai é o Maior".
O filho testemunhou um linchamento. O filho tentou defender a sua mãe de socos e empurrões. O filho chorava. O filho não entendia tamanha brutalidade. O filho terá medo de voltar ali. O filho se desesperava pedindo ajuda enquanto um bando se divertia e vibrava com a cena.
Dentro da educação, existe algo que nunca pode ser perdido, sob a pena de nos tornamos criminosos e selvagens: a compaixão.
A agressão é uma prova de fanatismo burro e inconsequente. Não me representa.
Por: Fabrício Carpinejar
A SOCIEDADE ESTÁ DOENTE!
Fernanda Fraga também comenta sobre o ocorrido.
"Não havia me manifestado ainda sobre a cena que eu presenciei ontem. Eu não vi somente em vídeos, eu vi tudo aquilo acontecer na minha frente, quando eu estava na parte superior do Estádio.
Talvez a mãe do menino tenha agido errado e sem pensar quando sacudiu orgulhosa a camisa que o filho ganhou do jogador do Grêmio, (no Brasil, que recentemente se uniu em prol da Copa América, sem distinção de torcedores de todas as raças, crenças e cores), no meio da torcida do Inter.
Mas, a agressão sofrida por ela foi descabida e intolerável.
Só peço a Deus que o meu Gremismo nunca me cegue a ponto de ultrapassar a barreira do respeito com outro ser humano.
Foi lamentável e triste ver aquilo sem poder fazer nada.
Mas, não se enganem! A culpa disso tudo, não é do futebol..."
Escolhemos esses dois textos para ilustrar o ocorrido no último dia 20/7, o primeiro de um colorado e o segundo de uma gremista; ambos ilustram a insatisfação dos torcedores.
RESPEITO EM PRIMEIRO LUGAR, sempre!
CLASSIFICAÇÃO EM DOSE DUPLA
O time tricolor feminino e masculino foram classificados no último sábado 20/7.
O time feminino garantiu a vaga para a primeira divisão do Brasileirão, enquanto os guris garantiram a vaga para a Copa do Brasil.
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