"Quando estou dentro do campo me sinto realizado".

Com essa frase iniciamos a conversa com o treinador de futebol que dedica parte de sua vida ao futebol amador na cidade de Anita Garibaldi. 
O futebol se tornou o maior esporte mundial e algumas gerações de jogadores com o passar dos anos deixaram os gramados como jogadores, porém não se desligaram dos campos de futebol e estádios  e passaram a assumir o papel de treinadores, utilizando de suas experiências e práticas adquiridas ao longo da carreira como jogadores. 
No dia 14 de janeiro comemora-se o Dia Nacional do Treinador, uma profissão que foi evoluindo com o passar dos anos, e em Anita Garibaldi  quando se fala em treinador a grande maioria tem um nome a mente: Nilson Alves de Oliveira, mais conhecido por Maneco, dedica há trinta anos um tempo ao esporte anitense como treinador. O início no futebol deu-se como jogador aos 15 anos de idade quando as famílias Alves de Anita Garibaldi e Minosso da cidade de Santa Maria se uniram e formou-se o Clube Canarinho. Durante 10 anos atuou como jogador e aos 25 anos decidiu que queria era mesmo ser treinador, mesmo que das equipes de Anita. Maneco lembra que a equipe disputou vários campeonatos e que alguns títulos foram conquistados. "Nessa época tínhamos o campo de futebol na frente de casa e de manhã íamos para a roça, voltávamos ao meio dia e até umas duas horas da tarde a gente jogava, depois ia para a roça de novo e voltava no final da tarde e continuávamos jogando até que a noite permitia", lembra o então jogador recordando que nessa época a localidade de São José possuía quatro equipes que hoje não existem mais.
Quando começou a se dedicar a vida de treinador, Maneco diz nunca ter estudado,  se especializado ou feito cursos e que adquiriu as técnicas assistindo a jogos tanto ao vivo quanto pela televisão. "Quando levei o jogador Fernando para o Juventude foi uma grande experiência, aprendi bastante", enfatiza Maneco, lembrando que levou vários atletas para jogar em outros times, com destaque para o filho Marcelo que jogou profissionalmente e acompanhava  de perto os treinadores.
"Eu sempre digo que o futebol não é só montar um time e dar uma bola para jogar, tem que ter as técnicas e se dedicar. Para eu comandar as equipes é muito gratificante, fico realizado quando estou dentro do campo, pois estando ali você esquece de tudo e sei que através do futebol, do esporte, é possível tirar muitos jovens das coisas erradas e estando no campo de futebol você não tem tempo pra pensar nas coisas erradas".
Maneco é colorado de coração, o amor pela equipe do Internacional é de anos e ele conta que teve a oportunidade de conhecer o Beira Rio novo e que a emoção tomou conta. "É lindo, de ficar bobo com toda aquela estrutura, chega dar um arrepio de ver".
Perguntado sobre o que mudou no futebol, Maneco diz que a técnica mudou muito. "Eles se especializam, estudam e se preparam. Nenhum jogador sai direto do campo para se tornar treinador e cada vez mais o futebol muda. Nunca fiz nenhum curso, apenas algo na área de arbitragem, porém atuo pouco".
Todo jogador tem seu ídolo e no caso de Maneco, o seu grande jogador a nível nacional foi Fernandão, o qual atuou no internacional e faleceu em 2014. Já a nível municipal, o treinador diz ter um carinho especial por vários jogadores, porém um em especial chama a atenção pelo comprometimento, amizade e respeito dentro do campo, que é o jogador Edi.
O treinador de muitos jogadores deixa a sua mensagem para os jovens atletas, para que se espelhem nos mais velhos que passaram pelo futebol. "Daqui a pouco muitos dos atletas que fizeram a história do nosso futebol encerram suas carreiras,  e também temos um campo e um estádio de excelente qualidade e é preciso continuar. Os mais jovens devem se espelhar nessas pessoas com mais experiência e assumir compromissos, pois o esporte é saúde", finalizou Maneco.