logo RCN

Na minha opinião

Esta semana o mundo do futebol está de luto. Não só o futebol em si, mas o esporte, as famílias envolvidas, uma cidade. Um sonho foi interrompido. Quando acordei na terça-feira não acreditei nas mensagens vindas pelas redes sociais, fui confirmar nos sites e liguei a TV, confesso que ver o maior narrador de futebol do País chorar em frente às câmaras era algo parecido com o que acompanhamos em 1994 com Ayrton Senna. Digo parecido,  porque nada se compara a dimensão impactante que causou,  ceifou a vida de 71 pessoas, uma cidade inteira de luto, comoveu o país a fora e ultrapassou todas as fronteiras mundiais. Triste ver o diretor do clube e o prefeito que por contratempo não embarcaram no voo da morte, afirmando que eles não acreditavam no que realmente estava acontecendo. Uma tragédia sem precedentes na história do futebol, morreram  atletas, comissão técnica, diretoria, jornalistas... A grande maioria no ápice da carreira. Um sentimento onde  todas as torcidas se transformaram em uma só, todas às cores ficaram verdes, todos os brasileiros se sentiram catarinenses e nós que já estimávamos e torcíamos para a Chapecoense por ser catarinense,  se sentimos sendo um pouco de Chapecó. Muito triste, mas na vida se gravarmos um vídeo neste instante, daqui 30 minutos não sabemos se estaremos aqui. Por isso precisamos viver como a Chape: intensamente, como na alegria do vestiário, uma grande festa de despedida.

É incrível, olhando a história desse clube. Para início de conversa ele foi fundado em 1973, exatos 43 anos, é muito jovem. Aqui no estado só se ouvia falar em Avaí e Figueirense, os mais tradicionais e antigos. Aí surgiram fusões nas cidades que viraram Criciúma no Sul e Joinville no Norte. Da década de 80 para cá o Oeste de SC se tornou um grande polo industrial. Chapecó se tornou uma cidade planejada, polo econômico e se tornou uma referência estadual, contando hoje com mais de 200 mil habitantes.  O clube cresceu com a cidade, com planejamento, organização e administração. Em 1977, apenas 4 anos após a fundação, já chegou a final e derrubou o Avaí. De lá para cá foi Bi em 1996, entrou numa crise de 2001-2006 e retornou com tudo vencendo o estadual de 2007. Em 2009 com o vice-estadual lhe garantiu vaga para a Série D e posteriormente a vaga na Série C. Em 2010 o clube foi rebaixado para a segunda divisão do Catarinense, mas com a desistência do Atlético de Ibirama manteve-se na elite. Em 2011 conquistou o tetracampeonato estadual.  Em 2012  conquistou a vaga para a Série B e no ano seguinte chegou a Série A. Desde 2014 está entre os melhores do Brasil.  Em 2015 participou da primeira competição internacional e este ano desbancou o Independiente (7 vezes campeão da Libertadores) e o San Lorenzo (campeão da Libertadores de 2014). Embarcou segunda-feira (28) para a inédita final, não deu tempo, o futebol nunca mais será o mesmo.

Embora num momento de muita dor, em que o mundo inteiro se solidariza com a Chape, a CBF acertadamente adiou a final da Copa do Brasil e a última rodada do Brasileirão. A Conmebol deverá se manifestar sobre a Sul-Americana somente em 21 de dezembro. Enquanto o clube colombiano já antecipou sua decisão de ceder o título à equipe catarinense, basta ver em que condições será isso e se será aceito pela confederação. Esperamos que seja em todos os termos: título, vaga a Libertadores e prêmio ao campeão. Os clubes devem fazer empréstimos de atletas e homenagens estão previstas para a próxima semana. A Chapecoense irá se reerguer, só é necessário ver qual o tempo que levará para isso acontecer. Em meio a tragédia, não poderia passar despercebido o título de Campeão Brasileiro do Palmeiras, conquistando o seu 9º título, merecidamente e indiscutível. Em Anita Garibaldi torcedores do Verdão comemoram em grande estilo. Parabéns!

Esmeralda é campeã da 1ª rodada da Taça AMUCSER de Laço Anterior

Esmeralda é campeã da 1ª rodada da Taça AMUCSER de Laço

Próximo

Na minha opinião

Deixe seu comentário